Desemprego recua para 6,2% em maio, a menor taxa para o período em 13 anos

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  • Post publicado:27 de junho de 2025

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (27) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE. Este é o menor índice para o período desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.

Além disso, o número se aproxima do menor patamar já registrado, de 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024. No trimestre anterior (fevereiro), a taxa havia sido de 6,8%; no mesmo período de 2024, era 7,1%.

Mercado de trabalho aquecido

O recuo na taxa de desocupação representa um contingente de 6,8 milhões de brasileiros sem emprego, uma redução de 955 mil pessoas em relação ao mesmo período do ano passado. Já o número de pessoas ocupadas chegou a 103,9 milhões, alta de 1,2% no trimestre.

Para o analista do IBGE William Kratochwill, os dados refletem um mercado de trabalho resistente, mesmo diante do atual cenário de juros altos e inflação acima da meta.

“O mercado continua avançando. O que vem pela frente vai depender das políticas econômicas”, avaliou.

Desde setembro de 2024, a taxa Selic vem sendo mantida em patamar elevado — atualmente em 15% ao ano — para controlar a inflação, que acumula 5,32% em 12 meses, acima do teto da meta (4,5%).

Carteira assinada bate recorde

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu o recorde de 39,8 milhões, com crescimento de 3,7% frente ao mesmo trimestre de 2024. O avanço do trabalho formal contribuiu diretamente para a redução da informalidade, agora em 37,8% da população ocupada, contra 38,6% no mesmo período do ano anterior.

Também aumentou o número de trabalhadores por conta própria com CNPJ, que somaram 26,1 milhões de pessoas, o maior contingente já registrado. Dentro desse grupo, 26,9% estão formalizados.

“Com a economia aquecida, muitos trabalhadores optam por se formalizar”, destacou Kratochwill.

Menos desalentados desde 2016

A pesquisa identificou 2,89 milhões de desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego — o menor número desde 2016. Segundo o IBGE, a melhora das condições no mercado aumenta a percepção de oportunidade, estimulando o retorno à busca por trabalho.

Rendimento e massa salarial também crescem

O rendimento médio real do trabalhador alcançou R$ 3.457, maior valor já registrado, com alta de 3,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024. Já a massa de rendimentos totalizou R$ 354,6 bilhões, também recorde, impulsionando o consumo e o potencial de poupança no país.

Crescimento no setor público

Entre os setores pesquisados, apenas o segmento de administração pública, educação, saúde e serviços sociais teve aumento significativo no número de ocupados (+3,7%), o que o IBGE atribui ao início do ano letivo e à consequente contratação de professores e pessoal de apoio.

Além disso, o número de trabalhadores contribuintes para a previdência social também alcançou o maior patamar da série: 68,3 milhões de pessoas.

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