Corumbá deve contar, em breve, com formações superiores voltadas ao setor da mineração. O Governo de Mato Grosso do Sul assinou nesta quinta-feira (26), durante a abertura do evento Pantanal Tech, um termo que autoriza a elaboração de estudos técnicos para implantação de dois cursos na UEMS voltados à área: um tecnólogo e outro de engenharia de minas. A proposta surge como resposta direta à expansão da atividade mineral no município.
A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul já iniciou os trâmites para viabilizar os projetos. Segundo o reitor Laercio Alves de Carvalho, o objetivo é estruturar a formação de trabalhadores que acompanhem o ritmo das transformações econômicas regionais. A expectativa é iniciar as turmas já em 2026, com 40 vagas para cada formação.
O curso tecnólogo em mineração será desenvolvido por meio de parceria com a prefeitura e com uma das mineradoras que atuam na cidade. De acordo com a UEMS, a comissão que vai conduzir os estudos de viabilidade já foi instituída. A nova grade faz parte de uma estratégia de qualificação voltada aos setores econômicos estratégicos do Estado.
Durante seu discurso na Pantanal Tech, o governador Eduardo Riedel destacou que a criação dos cursos atende diretamente à necessidade por mão de obra qualificada para atuar no setor de exportação de minério. Ele relembrou que Corumbá já possui forte produção mineral e que a demanda deve aumentar com a estruturação da Hidrovia do Rio Paraguai, que está em processo de concessão.

Conforme publicado pelo Campo Grande News, Riedel mencionou ainda iniciativas semelhantes já adotadas no Estado, como o curso de floresta plantada criado em Ribas do Rio Pardo após a instalação de grandes indústrias de celulose. Segundo o governador, o modelo adotado busca alinhar a educação superior às vocações econômicas de cada região.
Na quarta-feira (25), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) aprovou o encaminhamento do relatório final da concessão da hidrovia ao Ministério de Portos e Aeroportos. O documento agora segue para o TCU. O trecho abrange o percurso entre Corumbá e Foz do Rio Apa, incluindo o Canal do Tamengo, rota usada para o escoamento de minério, grãos e combustíveis.
O avanço logístico é defendido por representantes do setor econômico como essencial para o desenvolvimento regional. Entretanto, ambientalistas alertam para possíveis impactos da concessão sobre o Pantanal, especialmente na dinâmica das águas e na conservação do bioma.