O reconhecimento oficial de um dos ícones da fauna brasileira se consolidou em Mato Grosso do Sul. O tuiuiú, com suas asas largas e presença marcante nos céus do Pantanal, passou a ser oficialmente a ave-símbolo do Pantanal Sul-Mato-Grossense, conforme determina a Lei Estadual nº 6.432/2025, sancionada pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) e publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (25).

A legislação sul-mato-grossense reforça a importância ecológica, cultural e turística da ave, destacando a conexão da espécie com a paisagem e a identidade regional do bioma pantaneiro. A medida também pode impulsionar ações voltadas à preservação do habitat natural do tuiuiú, especialmente diante das ameaças recorrentes, como o avanço das queimadas no território.

Símbolo que atravessa fronteiras

Antes do reconhecimento por Mato Grosso do Sul, o tuiuiú já havia sido declarado ave-símbolo do Pantanal pelo estado de Mato Grosso, ainda em 1992, por meio da Lei Estadual nº 5.950. Lá, a homenagem à espécie foi ampliada em 2006, consolidando o papel da ave como emblema regional. Agora, o novo marco legal sul-mato-grossense reforça a união simbólica entre os dois estados que compartilham o mesmo bioma.

Apesar de não figurar entre as espécies ameaçadas de extinção, o tuiuiú tem enfrentado impactos diretos com a degradação de seu ambiente natural, especialmente nas áreas afetadas por incêndios e pelo desmatamento irregular. Entre as iniciativas para preservação, destaca-se a instalação de ninhos artificiais em áreas críticas.

Ave imponente e adaptada ao ciclo do Pantanal

Conhecido cientificamente como Jabiru mycteria, o tuiuiú é a maior ave da região pantaneira e uma das maiores das Américas. Pode atingir até 1,60 metro de altura e exibir uma envergadura impressionante de três metros com as asas abertas. Seu peso pode ultrapassar os oito quilos, o que o torna facilmente reconhecível em voo.

A dieta é bastante variada e inclui moluscos, peixes, répteis, pequenos mamíferos e insetos, além de atuar como importante agente de limpeza ambiental ao se alimentar de peixes mortos durante o período de seca, prevenindo o apodrecimento da fauna aquática.

Espécie monogâmica, o tuiuiú estabelece seu ninho nas árvores mais altas da planície alagável e mantém o cuidado dos filhotes alternadamente entre os pais. A adaptação ao ritmo das cheias e estiagens do Pantanal é uma das características mais notáveis da espécie, que costuma retornar aos mesmos locais de reprodução após períodos migratórios motivados por escassez de água e alimento.

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