Programa Recomeços oferece ajuda financeira e abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica em MS

Programa recomeços
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  • Post publicado:25 de junho de 2025

Com foco na proteção de mulheres em situação de risco, o Governo de Mato Grosso do Sul criou o Programa Recomeços. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), busca garantir amparo financeiro e emocional a vítimas de violência doméstica que vivem sob ameaça.

Destinado principalmente às mulheres acolhidas pela Casa Abrigo para Mulheres em Situação de Risco de Morte, o programa oferece um benefício mensal equivalente a um salário mínimo, inicialmente por seis meses, com possibilidade de prorrogação por igual período. Além desse auxílio, as beneficiárias podem receber até quatro salários mínimos extras, voltados à montagem de um novo lar.

O apoio é destinado exclusivamente a mulheres com medida protetiva recente, inscritas no CadÚnico e que estejam abrigadas há pelo menos 15 dias.

Dependentes menores de 18 anos também podem ser atendidos, caso estejam em vulnerabilidade econômica e sejam filhos de mulheres vítimas de feminicídio. O benefício, nesse caso, não pode ser repassado a autores ou cúmplices do crime. O programa prioriza mulheres que estejam em situação de risco comprovado, famílias com crianças e em condição de extrema vulnerabilidade.

Mais que oferecer apoio financeiro, o Recomeços propõe um processo de reconstrução de vida, iniciado dentro da Casa Abrigo. O espaço oferece estrutura sigilosa, com suporte psicossocial e oficinas voltadas à autoestima, medidas protetivas e direitos das mulheres. Além disso, são promovidas atividades com foco no fortalecimento de vínculos entre mães e filhos, como recreação, orientação escolar e atendimento médico em domicílio.

Durante o acolhimento, as mulheres também recebem apoio profissional para estruturar planos de autonomia. São ofertados cursos de capacitação em áreas como design de sobrancelhas, culinária, artesanato e manicure. Com isso, o projeto busca estimular a independência financeira de quem passou por situações de violência.

Relatos de participantes mostram o impacto emocional do acolhimento. Uma das mulheres atendidas destacou a mudança proporcionada pela convivência no abrigo.

“Aprendi a aceitar carinho, abrir meu coração e sonhar com uma vida melhor. Estou pronta para ir embora e continuar”, afirmou.

Outro depoimento reforça a importância do acolhimento integral. “Foi difícil no começo, mas hoje reconheço que foi uma das melhores fases da minha vida. Me ajudaram a reacender sonhos.

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A Casa Abrigo é acessada por meio de encaminhamentos feitos pela Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, e pelos Ceamcas (Centros Especializados de Atendimento à Mulher, à Criança e ao Adolescente em Situação de Violência) presentes em diversas cidades do Estado. Essas unidades atuam em rede com setores da saúde, segurança, educação e sistema judiciário.

A secretária Patrícia Cozzolino, titular da Sead, reforça que a violência doméstica geralmente começa de maneira sutil, antes de chegar às agressões físicas. “O processo se inicia com falas que diminuem a autoestima e atitudes que desvalorizam a mulher. Muitas vezes, esse comportamento atinge os filhos, que reproduzem agressões verbais”, destacou.

Segundo a pasta, o Programa Recomeços, busca romper esse ciclo silencioso e criar caminhos para que mulheres em situação de risco retomem sua autonomia, com proteção, renda e acolhimento adequados.

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