Enquanto saúde agoniza, preocupação da população é: Quem fez o melhor São João?

Melhor são joão
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  • Post publicado:25 de junho de 2025
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Valores invertidos! Após a passagem do tradicional festejo de São João, realizado na região de Corumbá e Ladário, a nova “trend” do momento, encampada pelos moradores dos dois municípios, é: Quem fez o melhor São João?

Com verbas públicas destinadas aos dois municípios pantaneiros, asseguradas por “nobres” parlamentares que especificaram a sua utilização nos eventos tradicionais, a grandiosidade dos eventos chamou a atenção da população.

De um lado, a Perola do Pantanal, atualmente administrada pelo prefeito Munir Ramunieh, fez dos recursos um verdadeiro palco de atrações, com direito a ornamentação de primeira linha, atrações nacionais e até camarote VIP.

No famoso estilo “Pão e Circo”, e sabendo que, para quem nunca teve nada, apenas metade já é o dobro, o São João se transformou em uma versão do extinto Showmício político, a vitrine de acrílico, o pano de fundo para encobrir, pelo menos por dois a três dias, as mazelas enfrentadas pela população mais carente.

De outro lado, ainda que já consolidado como um dos maiores eventos juninos do país, está Corumbá, atualmente administrada pelo médico, Dr. Gabriel, manteve a tradição também ao custo de recursos destinados por parlamentares. Shows nacionais, ornamentação tradicional, segurança, entre outros aparatos festivos, embora menos glamurosos e midiáticos.

Não que a população não tenha direito a ter acesso a eventos grandiosos, ver seu artista favorito e se divertir em grande estilo. Longe disso, se as prefeituras receberam dinheiro para realizar a festa, estranho mesmo seria não fazer.

Em falar em fazer, toda festividade e sua grandiosidade nas duas cidades, não foi nenhum favor dos políticos. O famoso bordão usado por eles de que os eventos são gratuitos, é pura demagogia (manipulação do povo).

De graça nesses eventos não teve é nada, da ornamentação, a apresentação dos famosos, da montagem das barraquinhas e até o banheiro químico, tudo teve um alto custo, e quem pagou essa conta? A própria população, que depois é induzida a pensar que participou de um evento “gratuito”.

“Engraçado mesmo” é ver que, para festa, políticos não encontram burocracia, não há dificuldades em licitações (abertas e encerradas em tempo recorde), e quando não se dispensa isso também e contrata-se à revelia quem bem entender.

Enfim, não se vê as desculpas que empurram “goela abaixo” do povo, para justificar a falta de merenda escolar, médicos, exames e remédios que há anos faltam nos postos.

Mas estranho mesmo, é um movimento tão engajado para se obter algo supérfluo ao invés de se engajar em um propósito que realmente traga um benefício permanente e útil. Não vemos o mesmo empenho para ver quem gera mais empregos, para quem tem o melhor saneamento, a melhor EDUCAÇÃO, para quem tem a melhor SAÚDE…

Enquanto a ornamentação dos festejos vira palco para vídeos e comparações nas redes sociais, pacientes continuam esperando por exames, mães lutam por vaga para os filhos na creche e moradores enfrentam escuridão nas ruas e abandono nos bairros.

Ladário, por exemplo: em apenas duas festas (Carnaval e São João), empenhou milhões de reais, mas contribui mensalmente com apenas  R$ 20 mil reais para Santa Casa de Corumbá atender sua população.

Corumbá há pouco tempo, emprestou a ambulância da prefeitura de Miranda, porque não tinha sequer um veículo apropriado para atender os pacientes que precisavam de remoção para Capital.

Talvez na próxima semana, passado o afã dos grandiosos eventos e apresentações midiáticas, a população, de ambas as cidades, volte a realidade.

Quem sabe ao procurarem uma farmácia municipal ou precisando de atendimento em um pronto-socorro, (no caso o de Corumbá, porque Ladário, no alto dos seus 246 anos, nem isso têm), os gladiadores das redes sociais caiam na real.

Que o próximo “melhor” não esteja nos shows, mas nas escolas que funcionam, nas UBS que atendem, nos servidores que são valorizados, nos medicamentos que não faltam. Porque é isso, e não o palco, que transforma a vida de uma cidade.

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