A ornamentação do Arraial do Banho de São João da Pérola do Pantanal 2025, promovido pela Prefeitura de Ladário, vai custar R$ 249 mil aos cofres públicos. O valor, formalizado por meio de contrato firmado com a empresa JRBA Soluções Serviços Administrativos Ltda, é superior ao montante empenhado por Corumbá, cidade vizinha reconhecida nacionalmente por realizar uma das maiores festas juninas do país.

Segundo informações do extrato publicado pela administração municipal, o acordo foi oficializado no dia 17 de junho de 2025, com vigência de 90 dias. A empresa contratada ficará responsável pela confecção, fornecimento, instalação, restauração e retirada da decoração, que será montada na Avenida 14 de Março e áreas indicadas pela prefeitura. O contrato também prevê a manutenção integral dos itens durante o evento.
O processo foi realizado via Pregão Eletrônico n.º 16/2025, vinculado ao Processo Administrativo n.º 3098/2025, com assinatura do diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Francisco de Siqueira. Toda a mão de obra, materiais, transporte, impostos e armazenamento ao final do evento ficarão sob responsabilidade da contratada.
Gasto supera investimento feito no Arraial de Corumbá
O dado chama atenção diante da comparação com Corumbá, sede do maior São João do Centro-Oeste, reconhecido entre os dez principais festejos juninos do país e tombado como patrimônio cultural imaterial pelo IPHAN desde 2021. Apesar da dimensão, estrutura e projeção nacional da festividade corumbaense, a ornamentação em Corumbá custou R$ 192 mil — valor inferior ao gasto em Ladário, onde o arraial tem proporções menores e visibilidade mais restrita.

Além disso, em Corumbá, o serviço de decoração foi executado por meio de um convênio com a Liesco (Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá), mobilizando profissionais locais e fomentando a geração de renda entre artistas e trabalhadores da cidade envolvidos com o carnaval.
Já em Ladário, a contratação foi feita com uma empresa sediada em Corumbá, sem participação direta de artistas ou prestadores de serviços locais, o que levanta questionamentos sobre o incentivo à economia criativa do município e a valorização da cultura local com recursos públicos.