Na virada desta sexta-feira (21), o Hemisfério Sul registra um momento de virada astronômica: o início do inverno. Às 23h42, o fenômeno do solstício de inverno marca a noite mais longa do ano e, consequentemente, o dia com menor duração de luz solar em todo o calendário.
Esse acontecimento anual é provocado pela inclinação do eixo terrestre, que gira inclinado a 23,5° em relação ao plano de sua órbita em torno do Sol. Essa inclinação é a responsável por fazer com que os dois hemisférios recebam diferentes quantidades de luz ao longo do ano, determinando a variação entre as estações.
No caso do solstício de inverno no Sul, os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte, enquanto a parte abaixo da linha do Equador fica menos iluminada.

Durante essa mudança, o Sol nasce e se põe em pontos ligeiramente diferentes ao longo do horizonte. Embora ele sempre surja no leste e se ponha no oeste, o deslocamento sazonal modifica o ângulo de incidência da luz, alterando a duração do período claro do dia. Por isso, nas regiões sulistas do Brasil, a redução da luminosidade é mais perceptível do que em áreas próximas ao Equador, onde as variações são menores.
A diferença de exposição solar entre os hemisférios provoca os chamados solstícios: o de verão, com o dia mais longo e a noite mais curta, ocorre em dezembro, quando o Sol atinge o Trópico de Capricórnio. Já os equinócios, que acontecem em março e setembro, são os únicos dias do ano em que o tempo de luz e escuridão se iguala, com cerca de 12 horas cada, devido ao alinhamento do Sol com o Equador.
A chegada do inverno traz, além da diminuição da luz solar, um impacto direto nas temperaturas, que tendem a cair de forma mais acentuada. A variação no tempo de exposição ao Sol influencia o clima e o comportamento atmosférico em todo o Hemisfério Sul, dando início a um novo ciclo marcado por noites mais extensas e dias mais curtos até o fim da estação.