O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi denunciado nesta terça-feira (11) pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por suposta participação em um esquema de manipulação de apostas esportivas online.
De acordo com a investigação, o jogador teria forçado a aplicação de um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, realizada em Brasília. A conduta teria favorecido familiares de Bruno Henrique, que apostaram na ocorrência do lance durante o jogo.
A denúncia foi formalizada pelo MPDFT, mas os detalhes sobre o conteúdo e os próximos passos do processo não foram divulgados.
Em 2023, o atleta já havia sido alvo de uma operação conjunta entre o MPDFT, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Federal. À época, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em desdobramento das investigações sobre fraudes em apostas no futebol brasileiro.
Cronologia do caso
- 1º de novembro de 2023: jogo entre Flamengo e Santos, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília — Bruno Henrique teria forçado a aplicação de um cartão amarelo, conforme alertas de casas de apostas.
- Agosto/outubro de 2023: trocas de mensagens entre o atleta e o irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, indicam coordenação para o golpe. “Quando [o] pessoal mandar tomar o 3, liga nós, hein?”, teria dito o irmão.
- 5 de novembro de 2024: PF e MP fazem operação “Spot-fixing”, cumprindo 12 mandados de busca e apreensão no Rio, Minas e Brasília.
- 14 de abril de 2025: Bruno Henrique e outras nove pessoas são indiciados por manipular apostas esportivas.
- 29 de maio de 2025: jogador presta depoimento ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), após reabertura do processo esportivo.
- 11 de junho de 2025: MPDFT apresenta denúncia criminal, incluindo acusação de fraude a resultado esportivo e estelionato.
Envolvidos no esquema
Além de Bruno Henrique e do irmão, o MPDFT denunciou a cunhada Ludymilla Araújo Lima, a prima Poliana Ester Nunes Cardoso, e outras sete pessoas com atuação no esquema. Está incluído pedido de reparação de R$ 2 milhões por danos morais coletivos.
Defesa e procedimento atual
A defesa, liderada por Felipe Carvalho, classificou a denúncia como “insubsistente” e “oportunista”, prometendo contestá-la em todas as instâncias jurídicas.
Agora, cabe ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) decidir se aceita a denúncia. Em caso de acolhimento, o atacante se tornará formalmente réu nas esferas criminal e esportiva; se não, pode haver arquivamento. O STJD tem até 60 dias para nova decisão, após depoimento no fim de maio.