Representantes de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul participaram de mais uma rodada de articulação regional para enfrentar os riscos da Gripe Aviária no país.

O encontro, promovido pelo Governo de MS com coordenação da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), reuniu autoridades sanitárias, órgãos estaduais, entidades setoriais e lideranças da avicultura para alinhar estratégias conjuntas de prevenção e resposta.

A reunião virtual foi a segunda do tipo realizada em 2025 no âmbito do Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul), com objetivo de reforçar o monitoramento integrado diante de notificações da doença em diferentes regiões brasileiras. O secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette, conduziu os trabalhos e destacou o papel do Mato Grosso do Sul na mobilização interestadual.

Durante a reunião, a médica veterinária e fiscal da Iagro, Kamylla Silveira, apresentou um panorama técnico das ações desenvolvidas no estado. Segundo ela, até o dia 25 de maio, 21 ocorrências suspeitas foram notificadas e sete chegaram a ser classificadas como prováveis, mas todas foram descartadas após análise laboratorial, mantendo Mato Grosso do Sul livre de focos ativos em 2025.

Os representantes estaduais trocaram experiências sobre ações de vigilância, protocolos de biossegurança e medidas emergenciais. O Rio Grande do Sul relatou um caso recente confirmado em granja comercial, já controlado com atuação imediata. Também foi mencionada uma notificação em ave silvestre em Minas Gerais, o que acendeu o alerta para o monitoramento contínuo em outros estados.

Segundo Kamylla, os 39 municípios com produção avícola comercial em Mato Grosso do Sul permanecem sob vigilância intensiva, conforme classificação de risco estabelecida pelo Ministério da Agricultura. Ela reforçou que o trabalho educativo e a fiscalização vêm sendo ampliados, principalmente junto a produtores e responsáveis técnicos.

Entre 2024 e os primeiros meses de 2025, a Iagro realizou 155 fiscalizações voltadas à biosseguridade, além de três ciclos de coleta de amostras em granjas comerciais e criações de subsistência — nenhuma com detecção do vírus.

O órgão também coordenou 36 palestras e treinamentos técnicos, envolvendo cerca de 2 mil participantes, incluindo ações práticas com simulações do Sistema de Comando de Incidentes (SCI).

O secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc, destacou que a inclusão de outros estados do Codesul foi uma medida essencial para fortalecer a resposta coletiva. Ele enfatizou que a integração regional tem sido decisiva para preservar a segurança sanitária da cadeia produtiva e garantir uma atuação rápida diante de qualquer sinal da doença.

Outro ponto abordado foi a Portaria nº 3.735/2024 da Iagro, que regulamenta o retorno controlado de eventos com aves, autorizando apenas espécies específicas e impondo exigências rigorosas de biossegurança.

A reunião contou ainda com a presença do ex-governador do Paraná, Orlando Pessutti, atualmente secretário-executivo do Codesul. Ao fim do encontro, foi definida a manutenção periódica das reuniões técnicas, com uma nova rodada marcada para a próxima semana.

“A união entre estados, setor privado e órgãos de defesa sanitária é essencial para garantir a proteção da avicultura nacional”, concluiu Artur Falcette.

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