Nos próximos cinco anos, as temperaturas globais têm 80% de chance de atingir novos recordes anuais de calor, aumentando a possibilidade de secas severas, inundações e incêndios florestais. A previsão é da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU).

O estudo também indica a possibilidade, ainda que pequena, de que, antes de 2030, o planeta registre um ano com temperatura 2°C acima dos níveis pré-industriais. Cientistas descrevem essa previsão como um cenário preocupante, reforçando a necessidade urgente de reduzir a queima de petróleo, gás, carvão e madeira para evitar impactos irreversíveis.

Aquecimento global e impactos no Acordo de Paris

A análise aponta que há 70% de chance de que a média quinquenal entre 2025 e 2029 ultrapasse 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, aproximando o planeta dos limites mais rigorosos estabelecidos pelo Acordo de Paris.

O relatório destaca que, em 2024, esse limite foi superado pela primeira vez em uma avaliação anual, reforçando a tendência de aumento da temperatura global. O último ano foi considerado o mais quente desde o início dos registros, há 175 anos.

O aquecimento de 1,5°C é calculado em relação ao período entre 1850 e 1900, antes do uso industrial de combustíveis fósseis. Cientistas alertam que a meta estabelecida pelo Acordo de Paris pode não ser atingida, já que as emissões de dióxido de carbono (CO2) continuam em ascensão.

A chance de atingirmos 2°C antes de 2030

Pesquisadores analisaram uma série de modelos climáticos em diversos institutos, incluindo o Met Office do Reino Unido, o Centro de Supercomputação de Barcelona, o Centro Canadense de Modelação e Análise Climática e o Deutscher Wetterdienst.

Os cálculos indicam que a probabilidade de um ano com 2°C acima dos níveis pré-industriais antes de 2030 ainda é baixa, estimada em 1%, mas o avanço das mudanças climáticas pode acelerar esse cenário.

Consequências do avanço do aquecimento global

Cada fração adicional de grau na temperatura global pode intensificar eventos climáticos extremos, como ondas de calor, chuvas torrenciais, secas prolongadas e derretimento das calotas polares.

Estudos indicam que 2025 será um dos três anos mais quentes já registrados, segundo especialistas do Met Office e da OMM. As altas temperaturas já impactam diversos países, como China, Emirados Árabes Unidos e Paquistão, que recentemente enfrentaram ondas de calor severas.

Previsões para diferentes regiões do mundo

Nos próximos anos, o Ártico continuará aquecendo a uma taxa acima da média global, com invernos registrados 3,5 vezes mais quentes que o restante do planeta. A tendência deve afetar a cobertura de gelo marinho, alterando padrões climáticos em diversas regiões.

A previsão indica que:
✔ Floresta Amazônica pode enfrentar períodos mais secos.
✔ Sul da Ásia e Sahel devem registrar aumento das chuvas.
✔ Norte da Europa pode ter condições mais úmidas.
✔ Alasca e norte da Sibéria também devem enfrentar mudanças no regime de precipitação.