O governo de Minas Gerais declarou estado de emergência sanitária animal por 90 dias após a confirmação de um caso de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em um cisne negro silvestre. A detecção ocorreu em um sítio localizado no município de Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, sem envolvimento de criações comerciais de aves.
Segundo a Secretaria de Agricultura de Minas, exames laboratoriais realizados em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmaram a presença do vírus. No mesmo local, dois gansos apresentavam suspeita da doença, mas os testes não indicaram infecção. As aves afetadas eram de caráter ornamental, sem relação com a produção para consumo humano.
A decisão de decretar emergência sanitária pretende viabilizar recursos humanos, materiais e financeiros para evitar a propagação do vírus no estado. Apesar de não haver risco à saúde humana pelo consumo de carne ou ovos, a gripe aviária pode causar mortes entre as aves e impactos na produção agropecuária.
Minas Gerais se destaca como segundo maior produtor de ovos do Brasil e quinto na criação de galináceos, tornando essencial a rápida mobilização de medidas preventivas, mesmo que o caso registrado não envolva granjas comerciais.
Monitoramento nacional e histórico da doença
O Brasil já registrou 169 casos de gripe aviária ao longo da história, sendo a maioria em aves silvestres ou de criação ornamental. Apenas um dos casos confirmados ocorreu em granja comercial, na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, o que levou à intensificação da vigilância sanitária.
Além da ocorrência em Minas Gerais, o Mapa segue investigando outros 11 casos suspeitos em diferentes regiões do país.
A gripe aviária é causada por um vírus altamente patogênico, transmitido pelo contato com aves infectadas, secreções e fezes contaminadas. Em criações comerciais, surtos da doença podem gerar prejuízos significativos e afetar exportações do setor avícola.