O cinema nacional viveu um dia histórico no festival de cinema mais prestigiado do mundo. A produção “O Agente Secreto” não apenas foi aplaudida de pé por 13 minutos, como se consagrou como o grande filme brasileiro em Cannes ao conquistar dois dos prêmios mais importantes do evento, consolidando uma trajetória de sucesso na Riviera Francesa.

Dobradinha histórica para o Brasil
A direção de Kleber Mendonça Filho foi eleita a melhor desta edição, um reconhecimento que o coloca ao lado de Glauber Rocha, que até então era o único brasileiro a ter vencido nesta categoria, em 1969.
A outra grande conquista da noite foi para Wagner Moura, que levou o prêmio de Melhor Ator. A vitória representa um feito inédito para um artista homem do Brasil na história do festival, que já havia premiado atrizes brasileiras, mas nunca um ator.
Moura não pôde comparecer à cerimônia por já estar envolvido nas filmagens de outro projeto, o filme “11817”. No palco, Kleber Mendonça Filho recebeu o troféu pelo amigo e fez uma declaração: “Eu fui muito, muito sortudo de ter a oportunidade de trabalhar com o Wagner Moura. Ele é um grande ator e uma ótima pessoa. Eu o amo muito e espero que O Agente Secreto traga muitas coisas para ele“.

E a lista de prêmios no Festival de Cannes para “O Agente Secreto” aumentou. O longa também levou o prêmio da Fipresci, a principal associação de críticos de cinema do mundo, e o Prix des Cinémas Art et Essai.
Todo esse reconhecimento, somado aos elogios da imprensa internacional que o chamou de “virtuoso”, já coloca a produção na corrida pelo Oscar 2026, segundo veículos como a BBC. O prêmio máximo do festival, a Palma de Ouro, ficou com o filme “A Simple Accident”, do diretor iraniano Jafar Panahi.