Uma ação conjunta entre a Polícia Civil e a IAGRO (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal) resultou na apreensão de 1.863 quilos de carne de origem clandestina e na prisão de dois envolvidos no município de Selvíria, interior de Mato Grosso do Sul.
A operação foi desencadeada após uma denúncia relacionada ao abate irregular de bovinos destinados à comercialização em estabelecimentos da cidade.
Segundo as investigações conduzidas pela DECON (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), uma equipe de agentes passou a vigiar uma propriedade rural suspeita desde a madrugada do dia 22.
No local, o gado era abatido em condições extremamente precárias, sem qualquer controle sanitário. A carne era mantida no chão, exposta à sujeira, insetos e sangue, e transportada em carroceria aberta, sem refrigeração ou medidas mínimas de higiene.
Os policiais flagraram a entrega da carga contaminada em um açougue da cidade, momento em que foi dada voz de prisão ao comerciante, de 48 anos, e ao homem de 55 que fazia o transporte da carne.

Durante os depoimentos, ficou claro que o fornecedor não era dono da fazenda, mas atuava comprando animais com baixo padrão de saúde, abatia-os sem fiscalização e revendia a carne em diversos pontos comerciais de Selvíria.
Ao retornar à propriedade rural, os agentes constataram que o dono do local havia fugido antes da chegada da equipe e será convocado a prestar esclarecimentos.
A vigilância sanitária municipal e o Serviço de Inspeção de Selvíria foram acionados, e constatou-se que o estabelecimento comercial onde a carne seria vendida também operava sem as licenças obrigatórias para fracionamento e fabricação de produtos cárneos, como linguiças caseiras e cortes temperados.
Diante das infrações, o responsável pelo açougue foi autuado por venda de produtos impróprios para consumo e por descumprir a legislação sanitária, cuja pena pode variar entre 1 e 5 anos de reclusão.
A DECON reforça o alerta à população sobre os riscos do consumo de carne clandestina, que frequentemente provém de animais doentes, sem vacinação ou qualquer acompanhamento sanitário, oferecendo risco real de doenças graves e até morte. Qualquer suspeita de práticas semelhantes pode ser denunciada pelos canais: decon@pc.ms.gov.br, ouvidoria@pc.ms.gov.br ou pela ouvidoria da IAGRO.