Casamentos entre mulheres batem recorde no Brasil em 2023

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  • Post publicado:16 de maio de 2025
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O Brasil registrou, em 2023, 7 mil casamentos civis entre mulheres, número que representa alta de 5,9% em relação ao ano anterior e o maior já contabilizado desde o início da série histórica do IBGE para uniões homoafetivas, em 2013. O recorde anterior havia sido em 2022, com 6,6 mil celebrações.

Com esse crescimento, o total de casamentos entre pessoas do mesmo sexo chegou a 11,2 mil em 2023, aumento de 1,6% na comparação com o ano anterior. Apesar disso, as uniões entre homens recuaram 4,9%, somando 4.175 registros.

Os dados integram a pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo IBGE, com base em informações de cerca de 20 mil cartórios e varas judiciais.

Uniões entre mulheres lideram casamentos homoafetivos

Desde o início da série histórica, as uniões entre mulheres superam as entre homens. Em 2023, elas representaram 62,7% dos matrimônios homoafetivos. Entre os fatores que impulsionaram essas uniões está a Resolução 175/2013 do CNJ, que impede cartórios de recusarem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, além do reconhecimento da união homoafetiva pelo STF em 2011.

Casamentos no geral têm nova queda

O total de casamentos no Brasil — somando uniões heteroafetivas e homoafetivas — chegou a 940,8 mil em 2023, uma queda de 3% em relação a 2022. Foram 929,6 mil registros entre pessoas de sexos diferentes, o que consolida o retorno à tendência de queda iniciada em 2015, interrompida brevemente após a pandemia.

A taxa de nupcialidade (casamentos por mil habitantes com 15 anos ou mais) foi de 5,6 em 2023. Em 1980, o índice era mais que o dobro, 12,2. A gerente da pesquisa, Klivia Brayner de Oliveira, aponta que a sociedade atual valoriza mais a liberdade de escolha do que a formalização em cartório. “O casamento deixou de ser uma exigência social e passou a ser uma opção”, afirmou.

Pessoas se casam mais tarde e com histórico conjugal diverso

Em 2023, a idade média ao casar foi de 29,2 anos para mulheres e 31,5 anos para homens nas uniões entre sexos diferentes. Entre casais homoafetivos, a média foi de 34,7 anos para homens e 32,7 anos para mulheres.

Os dados mostram também que aumentou a proporção de casamentos com pelo menos um dos cônjuges divorciado ou viúvo, que passaram de 12,9% em 2003 para 31,1% em 2023. Já os casamentos entre dois solteiros caíram de 86,9% para 68,7% no mesmo período.

Número de divórcios cresce e duração dos casamentos diminui

O país contabilizou 440,8 mil divórcios em 2023, alta de 4,9% em relação a 2022. Desse total, 81,8% foram realizados judicialmente. A taxa de divórcios se manteve em 2,8 para cada mil pessoas com 20 anos ou mais.

A idade média no momento do divórcio foi de 44,3 anos para homens e 41,4 anos para mulheres. A duração média dos casamentos também caiu: de 15,9 anos em 2010 para 13,8 anos em 2023.

Guarda compartilhada cresce após mudança na lei

O levantamento do IBGE também mostra uma forte tendência de aumento na guarda compartilhada de filhos após o divórcio. Em 2014, ela representava 7,5% dos casos. Em 2023, chegou a 42,3%. A guarda exclusiva da mãe caiu de 85,1% para 45,5% no mesmo período. A mudança acompanha a vigência da Lei 13.058/2014, que passou a priorizar a guarda compartilhada quando não há consenso entre os pais.

arte whats2

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