Campo Grande (MS)- Três semanas após ser resgatada no Pantanal sul-mato-grossense, a onça-pintada, apontada como responsável por atacar e matar o caseiro Jorginho, as margens do Rio Aquidauana, foi encaminhada a um centro especializado em fauna silvestre localizado no município de Amparo, interior de São Paulo.
O animal, um macho capturado no dia 24 de abril com sinais de desnutrição, passou por tratamento no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), onde recebeu cuidados intensivos de saúde e nutrição.
Durante esse período, a onça passou por exames que apontaram alterações agudas, mas foram estabilizadas com suporte clínico. Segundo a equipe veterinária do CRAS, o felino chegou ao centro pesando 94 quilos e deixou o local com 107, graças a uma alimentação balanceada à base de carne e suplementação com medicamentos específicos.
O animal estava desidratado e com baixo peso no momento da captura, mas apresentou boa resposta ao tratamento e não apresentava doenças graves.
A transferência foi feita para o Instituto Ampara Animal, que mantém um projeto voltado exclusivamente para o acolhimento de animais silvestres que não podem mais ser reintroduzidos na natureza.
O espaço já abriga outras oito onças, entre pintadas e pardas, todas vivendo em recintos amplos com vegetação nativa, projetados para simular ao máximo o habitat natural dos felinos.
Segundo os responsáveis pelo instituto, o local não recebe visitantes e tem como prioridade o bem-estar dos animais acolhidos, muitos deles vítimas de ações humanas ou com limitações que impedem a reintegração ao meio ambiente.

A onça-pintada, considerada um dos principais símbolos da fauna pantaneira, é vista como um indicativo da saúde ecológica do bioma. Seu resgate e recuperação destacam a importância dos centros de reabilitação na proteção da biodiversidade.
Ao longo da recuperação, o animal foi monitorado por uma equipe veterinária especializada em fauna silvestre, com histórico de atuação no atendimento de espécies nativas do Pantanal. A reabilitação e o destino seguro do felino foram celebrados como mais um caso bem-sucedido de manejo responsável.

Captura
A onça-pintada foi capturada pela PMA (Polícia Militar Ambiental) com o apoio do professor e pesquisador Gediendson Araújo, especialista em animais de grande porte – do Reprocon (Reprodução para Conservação), no dia 24 de abril, próximo ao pesqueiro Touro Morto, no encontro dos rios Miranda e Aquidauana, no Pantanal. A ação também teve o apoio do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), UFMS (Universidade Federal de MS) e ICMBio.
Durante o período que esteve no CRAS, o animal – de aproximadamente 9 anos – passou por diversos por exames – de raio-x, ultrassom e hemograma – e acompanhamento veterinário. Na época da captura o animal estava debilitado e apresentou problemas de saúde, que posteriormente se confirmaram transitórios. Um dos principais problemas era o fato de estar abaixo do peso – deveria pesar em torno de 120kg e tinha apenas 94kg (mas deixou o CRAS com 107kg).