A desigualdade social tem caído gradualmente em Mato Grosso do Sul e, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado atingiu em 2024 o seu melhor índice desde 2016. O dado foi divulgado na última quinta-feira (8) e mostra que o estado tem hoje a quinta menor desigualdade do Brasil.
O levantamento utiliza o chamado índice de Gini, que mede a concentração de renda numa escala de 0 a 1 — quanto mais próximo de 0, menor a desigualdade. O resultado de Mato Grosso do Sul ficou em 0,455, abaixo da média nacional de 0,506.
Essa queda nos níveis de desigualdade é observada em meio à ampliação de políticas de assistência social no estado, que incluem visitas casa a casa para identificar famílias em situação de vulnerabilidade e integrá-las a programas de transferência de renda. Desde 17 de março, mais de 2.100 visitas foram realizadas em todos os 79 municípios sul-mato-grossenses.
Com base em um mapeamento realizado por órgãos estaduais, como a Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), técnicos identificados com coletes azuis e crachás têm feito visitas utilizando tablets para coletar dados e pré-cadastrar os beneficiários. O objetivo é alcançar pessoas que continuam fora de políticas sociais e dar acesso a benefícios básicos.
Entre as pessoas que passaram a receber o auxílio recentemente está Alice Cano Ferreira, moradora do bairro Los Angeles, em Campo Grande.
“Hoje entraram em contato para liberar o cartão. Vai me ajudar bastante. Eu tenho certeza! Já vou fazer minha comprinha para casa, para minha família. Estou muito feliz pelo meu benefício”, afirmou.
Outra beneficiária, Ana Cláudia Reis da Paixão Mourão, que vive no bairro Dom Antônio Barbosa, também teve acesso ao programa após ser procurada em casa.
“Fui selecionada, me procuraram. Eles me deram muita atenção na minha casa. Eu me surpreendi. Pediram para eu vir aqui trazer a minha documentação e foi muito rápido. Estou agradecendo porque vai me ajudar muito. Não tenho salário nenhum e estou na fila do INSS”, disse.
O programa social que distribui os cartões é o Mais Social, que garante um auxílio mensal de R$ 450 por família para a compra de alimentos, gás de cozinha, produtos de limpeza e itens de higiene. É proibida a utilização do benefício para aquisição de bebidas alcoólicas ou produtos à base de tabaco.
Segundo a superintendente do programa, Andressa Farias, os cartões entregues já estão com o valor da primeira parcela. “Eles precisam apenas desbloquear e já podem fazer as compras do mês”, explicou.
A titular da Sead, Patrícia Cozzolino, afirmou que o esforço atual é voltado à erradicação da extrema pobreza em Mato Grosso do Sul ainda neste ano.
“Estamos usando o georreferenciamento para encontrar as pessoas que estavam invisíveis para o poder público, desprovidos de programas sociais, sejam do estado ou do governo federal. Esse trabalho continua. Queremos ainda em 2025 poder dizer que Mato Grosso do Sul será o 1º estado do País a erradicar a extrema pobreza”, declarou.
A atuação dos agentes sociais visa garantir não só segurança alimentar, mas também abrir oportunidades de qualificação profissional e inclusão no mercado de trabalho. A estratégia é integrar ações sociais, educacionais e econômicas para promover melhoria de vida às famílias em situação de vulnerabilidade.
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