China investirá US$ 27 bilhões adicionais no Brasil

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  • Post publicado:12 de maio de 2025
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A China investirá US$ 27 bilhões adicionais no Brasil, com foco em infraestrutura, tecnologia e transição energética, conforme anunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (12), durante viagem oficial a Pequim. O anúncio ocorreu durante o Fórum Empresarial Brasil-China, que reuniu investidores dos dois países.

Segundo o governo brasileiro, os acordos incluem aportes em setores estratégicos, como combustíveis renováveis, conectividade e educação técnica. O pacote prevê ainda a criação de centros de pesquisa e desenvolvimento, além de parcerias para produção de medicamentos e energias limpas.

Acordos incluem energia renovável e inteligência artificial

Entre os novos investimentos confirmados está um aporte de US$ 1 bilhão na produção de combustível sustentável de aviação (SAF) a partir de cana-de-açúcar. Também foi anunciada a criação de um centro de P&D focado em energia renovável, com destaque para parcerias com o setor privado chinês.

Na área de tecnologia, Lula destacou iniciativas como o Centro Virtual de Pesquisa em Inteligência Artificial, parceria entre a Dataprev e a Huawei. O projeto deve contribuir com aplicações em saúde, agricultura e segurança pública. Já a colaboração entre a Telebras e a empresa chinesa Spacesail pretende ampliar a conectividade via satélites de baixa órbita, com foco em áreas remotas do país.

Cooperação se estende à saúde e educação

A visita também firmou oito acordos voltados à saúde, envolvendo transferência de tecnologia para produção de vacinas, medicamentos e insumos farmacêuticos. Lula ressaltou que os avanços tecnológicos exigirão a formação de profissionais qualificados, motivo pelo qual os investimentos incluem também iniciativas educacionais.

“A gente não vai conseguir ser competitivo no mundo tecnológico se não investir em engenharia, matemática e educação”, disse o presidente durante discurso no fórum. Segundo ele, o exemplo chinês — que formou milhões de engenheiros nos últimos anos — mostra o caminho necessário para o Brasil ampliar sua capacidade produtiva com maior valor agregado.

Logística e integração continental

No campo da infraestrutura, Lula destacou a importância do Corredor Ferroviário Leste-Oeste, que visa melhorar a logística nacional. Além disso, reafirmou o compromisso com rotas bioceânicas que interliguem os oceanos Atlântico e Pacífico, encurtando em até 10 mil quilômetros a distância entre Brasil e China nas rotas comerciais.

As iniciativas fazem parte de um esforço mais amplo para conectar o Brasil a outros países da América do Sul, favorecendo o comércio e o desenvolvimento regional.

“Tecnologia das commodities” e desafios futuros

Lula também rebateu críticas sobre o perfil das exportações brasileiras, centradas em commodities. Segundo ele, há alta tecnologia envolvida na produção agrícola moderna e os ganhos gerados por esse setor devem ser revertidos em educação e inovação.

“O Brasil precisa agradecer por exportar commodities. Hoje há muita engenharia genética num saco de milho ou num quilo de carne”, afirmou. “Mas temos que usar os recursos do agronegócio para investir em educação e competir com a China na produção de carros elétricos, baterias e inteligência artificial.”

Relação estratégica e contexto geopolítico

Lula enfatizou que Brasil e China são “parceiros estratégicos e atores incontornáveis” no cenário global. Ele também criticou o protecionismo de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, e defendeu a ampliação das trocas comerciais e turísticas entre brasileiros e chineses, incluindo a criação de novas rotas aéreas.

“O mundo precisa de mais integração e menos barreiras”, afirmou o presidente.

arte whats2

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