Com um cartão que dá acesso a R$ 450 mensais exclusivamente para a compra de alimentos e produtos essenciais, o programa Mais Social já atende mais de 38 mil famílias em Mato Grosso do Sul.
Embora o número revele a amplitude da iniciativa, o impacto real se mede nos relatos de quem vive a realidade desse benefício – em sua maioria, mulheres que sustentam o lar sozinhas.
Histórias que revelam a força das mães
Em Corumbá, Dayana Pereira Ortiz, de 28 anos, vive com os quatro filhos pequenos. Ela conta que o benefício tem sido fundamental para manter comida na mesa. “O cartão é só para compras, o que me ajuda a me controlar. Quando o valor cai, corro para o mercado. Compro arroz, feijão, carne, produtos de limpeza. Foco no essencial”, afirma.

Mesmo diante das dificuldades, Dayana faz planos para o futuro. Ela sonha em se tornar influenciadora digital e diz que, se conquistar estabilidade, pretende abrir mão do benefício.
“Um dia a gente precisa, outro a gente pode ajudar. Quero devolver o cartão com orgulho“, diz ela, que aprendeu a pesquisar preços e aproveitar as ofertas para garantir mais alimentos no carrinho.
Ainda em Corumbá, a jovem Aline Borges, de 24 anos, cuida da filha Eloá, de um ano, enquanto aguarda uma vaga em creche para voltar ao mercado de trabalho. Sem emprego, ela conta com o Mais Social e o Conta de Luz Zero, outro programa estadual que isenta do pagamento da energia elétrica famílias em situação de vulnerabilidade.
“O cartão ajuda demais. Compro frutas, verduras, tudo que minha filha precisa. E com a conta de luz zerada, é um alívio. Tudo está caro hoje”, conta Aline, que participa das reuniões do programa e evita qualquer gasto fora do necessário. “É só pra comida. Tem que cuidar direitinho.“
Apoio em momentos decisivos
Em Ladário, o auxílio também é um ponto de apoio para muitas famílias. Claudineia Alencar, de 38 anos, cuida sozinha dos filhos Sérgio, Karolyne, Caroline e Camile, esta última com apenas um ano. Ela destaca que o Mais Social tem sido vital nos meses mais apertados. “Sem ele, estaria em dificuldade. A luz zerada me salva. Se tivesse que pagar, já teria sido cortada“, explica.

Ela também valoriza a orientação que recebe da equipe local e afirma que só usa o benefício enquanto realmente precisa. “Arrumando um emprego melhor, devolvo. Mas enquanto isso, ele alimenta minhas filhas.“
Outra moradora de Ladário, Jocilene Conceição, de 34 anos, vive com a filha Paloma, de 11. Desde que foram abandonadas pelo pai da menina, elas contam com o auxílio para manter a rotina. “Faço diárias, mas com o cartão consigo manter comida em casa. E com a luz zerada, respiro melhor“, conta.
Jocilene acredita na educação como caminho para dias melhores e sonha em ver a filha formada. “Deus sabe do futuro, mas quero estar ao lado dela nessa conquista.”

Mais do que números, uma rede de proteção
De acordo com dados oficiais, 95% dos cartões do Mais Social estão em nome de mulheres, reforçando o papel central das mães na condução da vida doméstica. Além disso, a orientação para o uso consciente do benefício e o acompanhamento social reforçam a proposta de autonomia e dignidade às famílias atendidas.
Coordenado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), o programa representa uma política de proteção social contínua. Já o Conta de Luz Zero atua como um complemento, ao aliviar um dos principais gastos fixos do mês: a energia elétrica.