Após uma estadia de seis meses na estação espacial Tiangong, três astronautas chineses retornaram ao solo terrestre nesta semana. O módulo que transportava a tripulação pousou com o auxílio de paraquedas na área de Dongfeng, situada na região da Mongólia Interior, ao norte da China, nas proximidades do deserto de Gobi.

A aterrissagem, prevista inicialmente para segunda-feira, foi adiada em razão das condições meteorológicas adversas. Ventos intensos e visibilidade reduzida, comuns nesta época do ano devido às tempestades de areia, forçaram a reprogramação do pouso para garantir a segurança da operação.

Os astronautas Cai Xuzhe, Song Lingdong e Wang Haoze deixaram a estação espacial na terça-feira (29), quando passaram o comando da Tiangong para a nova equipe enviada a bordo da nave Shenzhou 20. Além da tripulação de substituição, a missão também levou novos equipamentos voltados a experimentos científicos e tecnologias que serão empregadas no espaço.

Durante o período em órbita, os tripulantes conduziram diferentes testes e participaram da manutenção da estrutura da estação. Entre as atividades realizadas, destacam-se as nove horas de caminhada espacial feitas por Cai e Song, considerada a mais longa da história do programa espacial chinês, conforme informou a agência espacial nacional.

A estação Tiangong foi construída integralmente pela China após o país ter sido excluído da Estação Espacial Internacional, devido a restrições impostas pelos Estados Unidos. A instalação representa um marco estratégico na expansão das iniciativas científicas e tecnológicas do país no espaço.

O programa espacial chinês é coordenado pelo Exército de Libertação Popular, sob comando do Partido Comunista Chinês. Nas últimas décadas, a China tem acumulado conquistas relevantes, como o envio de um robô explorador a Marte e a chegada de uma sonda ao lado oculto da Lua. O próximo objetivo da agência é realizar uma missão tripulada ao solo lunar antes de 2030.