A Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul deu início, nesta segunda-feira (28), à instalação de câmeras trap na região pantaneira de Touro Morto, onde recentemente ocorreu um ataque de onça-pintada que resultou na morte de um trabalhador local. Os equipamentos têm como função principal mapear a presença de animais silvestres, apoiar pesquisas e fortalecer ações preventivas.
Com apoio do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a ação visa ampliar a segurança tanto de moradores quanto de visitantes, além de reforçar a fiscalização contra crimes ambientais. As imagens captadas pelas câmeras servirão para observação do comportamento da fauna, análise de distribuição das espécies e levantamento populacional.
Segundo informações da PMA, os dados obtidos também serão utilizados para coibir práticas ilegais como caça e ceva — esta última considerada crime pela Lei Federal nº 9.605/1998, que trata sobre infrações contra o meio ambiente.
Em nota, o órgão ambiental reforçou o alerta à população: “A PMA orienta a população a manter distância dos animais silvestres e evitar alimentá-los, uma prática considerada crime ambiental que pode alterar o comportamento natural das espécies e prejudicar o equilíbrio ecológico”.
A instalação das câmeras ocorre após o desaparecimento e morte de Jorge Ávalo, 60 anos, conhecido como Jorginho. Ele era caseiro do pesqueiro Touro Morto há duas décadas e costumava registrar em fotos e vídeos a presença de onças nos arredores. Seu corpo foi localizado no dia 22, a cerca de 300 metros do ponto onde foi visto pela última vez.
De acordo com a Polícia Civil de Aquidauana, o delegado responsável pelo caso, Luis Fernando Mesquita, afirmou que “não há dúvida nenhuma que o ataque foi de animal de grande porte” e que não há indícios de crime humano relacionado ao ocorrido.
A onça-pintada envolvida no caso foi capturada por volta das 3h da manhã da última quinta-feira. Trata-se de um macho adulto, que foi encaminhado para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS). O boletim médico apontou que o felino apresentava sinais de desnutrição, desidratação e problemas nos rins, fígado e sistema gastrointestinal. O animal, que pesa 94 kg, deveria estar com aproximadamente 120 kg em condições saudáveis.
