O ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), em Maceió, enquanto se dirigia ao aeroporto com destino a Brasília. A detenção ocorreu por volta das 4h, conforme nota divulgada por sua defesa, que afirmou que o deslocamento visava o cumprimento voluntário do mandado de prisão.
Após ser detido, Collor foi levado à sede da Polícia Federal em Alagoas, onde permanecerá até que o Supremo Tribunal Federal (STF) defina o local onde a pena será cumprida. A informação foi confirmada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que negou recurso apresentado pela defesa. Collor havia sido condenado em 2023 a 8 anos e 10 meses de prisão, somando penas de 4 anos e 4 meses por corrupção passiva e mais 4 anos e 6 meses por lavagem de dinheiro. Já a acusação de associação criminosa foi considerada prescrita, por conta da idade do ex-presidente, que tem mais de 70 anos.
A condenação tem origem em um esquema de corrupção relacionado à BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Segundo o Supremo, Collor usou sua posição no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para fazer indicações políticas à estatal e, em troca, teria recebido cerca de R$ 20 milhões em vantagens indevidas, entre 2010 e 2014.
O processo tramitou em sete sessões de julgamento no STF e terminou com a condenação do ex-presidente. Em novembro de 2023, o Supremo rejeitou um primeiro recurso da defesa. Na véspera da prisão, em 24 de abril, Moraes negou um novo pedido, que classificou como tentativa de adiar a execução da sentença, determinando então a detenção imediata.
Ainda nesta sexta, os ministros do Supremo devem se reunir em sessão virtual para confirmar a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes.