O caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, foi vítima de um ataque de onça-pintada, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O caso foi registrado na região de Touro Morto, no Pantanal sul-mato-grossense, a cerca de 150 km de Miranda.
Apesar das primeiras suspeitas levantadas por moradores e denúncias de possível homicídio, o delegado Luis Fernando Mesquita, de Aquidauana, descartou qualquer relação com crime. “Não há dúvida nenhuma que o ataque foi de animal de grande porte”, afirmou.

Jorge Ávalo, conhecido como Jorginho, desapareceu na segunda-feira (21). No dia seguinte, os restos mortais foram localizados pelo cunhado da vítima, Valmir Marques de Araújo, com apoio de policiais ambientais e um morador local. Foram encontrados os dois pés calçados com botinas e um pedaço da perna, com a calça bastante danificada.
Durante a varredura, a equipe se deparou com a onça junto ao corpo. O felino chegou a atacar os agentes, mas fugiu após um disparo de arma de fogo.
O rancho onde Jorginho trabalhava há cerca de 20 anos contava com sistema de câmeras de segurança, mas nenhum dos equipamentos funcionava no momento do ataque. O delegado informou que aguarda laudos complementares, mas que o material analisado até agora pela perícia já sustenta a versão de ataque animal, possivelmente motivado por fome ou comportamento defensivo da onça.

As buscas pelo animal começaram ainda na segunda-feira (21) e envolveram mais de dez policiais da PMA e um biólogo. A onça-pintada foi capturada na madrugada de quinta-feira (24) e levada para o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande.
Jorge Ávalo era funcionário do pesqueiro Touro Morto havia duas décadas e mantinha contato frequente com familiares por mensagens e vídeos. Segundo o irmão Reginaldo, o caseiro tinha o hábito de registrar onças que apareciam na área. Em um dos vídeos enviados dias antes da tragédia, chegou a brincar com o cunhado ao mostrar pegadas que indicavam disputa de território entre felinos.