A onça-pintada que atacou e matou o caseiro Jorge Ávalo no Pantanal sul-mato-grossense foi levada ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (24).
O animal foi capturado durante a madrugada, por volta das 04 horas, em uma área rural de Miranda, e chegou à Capital escoltado por viaturas da Polícia Militar Ambiental (PMA).
Com cerca de 94 quilos, a onça adulta demonstrou sinais de agitação ao chegar ao CRAS. Assim que a porta da carroceria da caminhonete foi aberta, o animal rugiu, deu um salto e apoiou as patas nas grades da jaula. Segundo a equipe responsável, o efeito do tranquilizante já havia passado.
“Estamos tratando de um incidente que teve uma vítima, então nesse momento todo o nosso respeito à família do Jorge. Numa atuação conjunta de o animal está sendo recepcionado no CRAS, onde ele deve ficar durante os exames que serão realizados, a estabilização e a recuperação. A partir daí passa a integrar o programa federal e vai ser direcionado pelo ICMBio”, afirmou o secretário-executivo da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette.

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A PMA foi a responsável pela captura e acompanha o caso. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) acionou o professor Gediendson Ribeiro de Araújo, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), especialista em manejo de felinos silvestres, para estudar o comportamento da onça.
“É um caso muito atípico, mas está muito relacionado a presença e aceitação de um animal silvestre à presença de humanos. O animal perdeu o medo de ver o homem como um predador, e acabou tendo essa situação com esse desfecho. Então a coisa é incomum de acontecer, são poucos os relatos, e é uma pena que teve uma perda humana”, disse Araújo.

Segundo a Semadesc, o objetivo é analisar o episódio considerado atípico e evitar novos casos semelhantes. A onça passará por uma série de exames clínicos e comportamentais.
Se for confirmada sua participação no ataque ao caseiro, o animal poderá ser transferido para um centro credenciado pelo programa federal que cuida de silvestres envolvidos em incidentes com seres humanos.
