A onça-pintada que atacou e matou o caseiro Jorge Ávalo no Pantanal pode ser capturada e transferida para uma área de remanejamento. A proposta está sendo avaliada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), órgão vinculado ao ICMBio, com base na suspeita de que o animal esteja habituado à presença de pessoas.
Segundo o coordenador do Cenap, Rogério Cunha de Paula, a medida busca evitar novos incidentes com pescadores, turistas e moradores da região. Ele se desloca para Aquidauana para conversar com os peritos que atuaram no resgate dos restos mortais do caseiro, encontrado a cerca de 300 metros do ponto do ataque.

O caso aconteceu no pesqueiro Touro Morto, onde Jorginho, como era conhecido, trabalhava há cerca de 20 anos. Ele desapareceu na segunda-feira, após ser visto pela última vez por um pescador que foi ao local comprar mel. Marcas de sangue e partes de tecido humano foram encontradas no deck da área, e a Polícia Militar Ambiental foi acionada para as buscas.
No dia seguinte, o grupo de resgate localizou a parte inferior do corpo de Jorginho. Segundo os relatos, a onça ainda estava sobre partes do corpo quando os homens chegaram. Após disparos, o felino fugiu e a remoção dos restos do caseiro concluída, Jorginho será sepultado em Anastácio.
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De acordo com moradores, registros de câmeras instaladas no local em março já mostravam a presença recorrente de onças no pesqueiro. No dia 22, um novo felino teria sido visto invadindo a área de limpeza de peixes. A hipótese de que mais de uma onça esteja circulando pelas redondezas também não é descartada.
Rogério Cunha afirma que a remoção seria feita apenas com o animal que mantém visitas frequentes à área. “Se está indo constantemente ao local, será esse bicho. A proximidade representa um risco real de novos ataques“, explicou.