A morte do Papa Francisco, aos 88 anos, após 12 anos de pontificado, abriu oficialmente a chamada “Sé Vacante”, fase em que a liderança da Igreja Católica permanece vaga até a escolha de um novo pontífice. Durante esse período, os preparativos para o funeral são conduzidos sob rigoroso protocolo e o Vaticano se organiza para o Conclave, que irá eleger o próximo Papa.
Durante a ausência de um Papa, quem assume temporariamente a administração do Vaticano é o Colégio dos Cardeais. Cabe a esse grupo tomar decisões urgentes e coordenar os trâmites necessários. Um dos principais nomes durante essa fase é o do Cardeal Camerlengo, hoje Kevin Joseph Farrell, responsável por validar oficialmente o falecimento do Papa e iniciar os ritos previstos.
Entre os primeiros atos está a retirada e destruição do “Anel do Pescador”, símbolo da autoridade papal. A seguir, o corpo do pontífice é colocado em um caixão de madeira simples, conforme sua própria vontade, e levado para ser velado na Basílica de São Pedro. O sepultamento deverá ocorrer entre quatro e seis dias após a morte, na Basílica de Santa Maria Maggiore, também em Roma. Durante os nove dias seguintes, missas conhecidas como “novendiales” são celebradas.
Conclave: A eleição do Papa
O Conclave para a eleição do novo Papa deve começar entre 15 e 20 dias após o falecimento. O Colégio dos Cardeais, atualmente com 252 membros — dos quais 138 têm menos de 80 anos e estão aptos a votar — se reúne em Congregações Gerais antes de iniciar a escolha definitiva. Entre os brasileiros elegíveis estão os cardeais Odilo Scherer, Orani Tempesta, Jaime Spengler, Sérgio da Rocha, João Braz de Aviz, Leonardo Ulrich Steiner e Paulo Cezar Costa.
Durante o Conclave, os cardeais permanecem isolados dentro do Vaticano, sem qualquer comunicação externa. As votações são feitas na Capela Sistina, em até quatro sessões diárias. Um cardeal só é eleito com pelo menos dois terços dos votos. Após a escolha, ele define o nome que usará como Papa e é apresentado aos fiéis na Praça de São Pedro com o anúncio tradicional: “Habemus Papam”.
A fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina continua sendo o sinal oficial do resultado de cada votação. Fumaça preta indica que ainda não houve consenso, enquanto a fumaça branca — acompanhada pelo som dos sinos da Basílica — confirma a eleição do novo líder da Igreja Católica. O processo completo é marcado por sigilo absoluto e forte simbolismo litúrgico.
Enquanto isso, o governo temporário do Vaticano permanece nas mãos do Camerlengo, responsável por gerir os bens da Santa Sé. Algumas autoridades seguem com suas funções durante a transição, como o Penitenciário-Mor e o Cardeal Vigário-Geral da Diocese de Roma, mas nenhuma mudança nas diretrizes papais pode ser feita até a posse do novo Papa.
