Brasil registra queda de 70% nas queimadas no primeiro trimestre de 2025

queimadas no pantanal em 2024
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  • Post publicado:16 de abril de 2025
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O Brasil reduziu significativamente a área afetada por queimadas nos três primeiros meses de 2025. Foram 912,9 mil hectares queimados no período, número que representa uma diminuição de 70% em comparação ao mesmo intervalo de 2024, quando o total superava 2,1 milhões de hectares.

Apesar do recuo, a maior parte do território atingido segue sendo composta por vegetação nativa, que correspondeu a 78% da área queimada no trimestre. As formações campestres responderam por 43% do total consumido pelo fogo.

Roraima liderou entre os estados com maior área queimada, somando 415,7 mil hectares. Em seguida, aparecem Pará (208,6 mil hectares) e Maranhão (123,8 mil hectares). No recorte municipal, os destaques foram Pacaraima e Normandia, ambos em Roraima, com 121,5 mil e 119,1 mil hectares destruídos, respectivamente.

Segundo o pesquisador Felipe Martenexen, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a vulnerabilidade de Roraima no início do ano está relacionada à ausência de chuvas. “Os dados do primeiro trimestre de 2025 refletem essa sazonalidade climática, com Roraima despontando como o principal foco de fogo no país”, afirma.

As informações foram divulgadas pelo Monitor do Fogo, ferramenta do MapBiomas que utiliza imagens de satélite para monitorar cicatrizes de queimadas no território nacional.

A pesquisadora Vera Arruda, da equipe MapBiomas Fogo, destaca que embora o período chuvoso tenha ajudado a conter o avanço das queimadas, alguns biomas registraram aumento.

“O Cerrado se destacou com a maior área queimada no primeiro trimestre em comparação aos últimos anos, o que reforça a necessidade de estratégias específicas de prevenção e combate ao fogo de cada bioma”, alertou.

No total, o Cerrado teve 91,7 mil hectares atingidos pelas chamas, uma elevação de 12% em relação ao mesmo período de 2024 e 106% acima da média histórica desde 2019. Mata Atlântica e Pampa também tiveram alta na área queimada, com crescimentos de 7% e 1,4%, respectivamente. Foram 18,8 mil hectares afetados na Mata Atlântica e 6,6 mil no Pampa.

Mesmo com redução de 72% em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior, a Amazônia ainda foi o bioma mais afetado em extensão, com 774 mil hectares queimados, o que representa 78% de toda a área atingida no país em 2025.

A diretora de Ciência do Ipam, que também coordena o MapBiomas Fogo, alertou para os próximos meses: “É importante entendermos que a estação seca de 2025, que se aproxima, possivelmente ainda será forte, o que pode reverter essa condição de redução”.

Pantanal e Caatinga também apresentaram retração nas áreas atingidas. O Pantanal teve 10,9 mil hectares queimados — uma redução de 86% em relação a 2024. A Caatinga, por sua vez, perdeu 10 mil hectares, 8% a menos que no mesmo período do ano anterior.

Somente em março, foram registradas queimadas em 106,6 mil hectares, o equivalente a 10% da área total do trimestre. Em relação a março de 2024, o país teve uma retração de 86%, com 674,9 mil hectares a menos atingidos.

No recorte mensal, os dados indicam que a Amazônia queimou 55,1 mil hectares; o Cerrado, 37,8 mil; a Caatinga, 2,2 mil; a Mata Atlântica, 9,2 mil; o Pampa, 1,5 mil; e o Pantanal, 561 hectares.

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