Durante lançamento realizado na Expogrande, em Campo Grande, o Governo do Mato Grosso do Sul apresentou oficialmente o Proleite MS, um novo programa estruturado para transformar a cadeia produtiva do leite no estado.
A iniciativa conta com previsão de R$ 70 milhões em investimentos ao longo dos próximos dois anos, com foco principal em produtores de menor porte.
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O plano, considerado o mais abrangente do setor no estado, foi construído de forma participativa junto à Câmara Setorial da Cadeia do Leite e envolve diretamente 22 municípios reconhecidos como polos leiteiros.
A proposta pretende criar um ambiente sustentável de crescimento e qualificação da produção, além de ampliar o alcance de políticas públicas para quem ainda enfrenta dificuldades estruturais.
Durante o lançamento, o governador Eduardo Riedel enfatizou que o setor leiteiro tem grande relevância econômica e social.
“Conheço esta atividade e seus grandes desafios, com um grande caminho pela frente para crescimento. Mato Grosso do Sul vem buscando fortalecer e apoiar este setor ao longo dos anos. Uma cadeia produtiva complexa que merece um programa deste tamanho”, afirmou.

Quatro eixos de ação estruturam o plano estadual
O Proleite MS será executado por meio de quatro frentes principais: melhoria genética, apoio à indústria de laticínios, assistência técnica e o subprograma Leite Vida. A Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) será responsável pela coordenação das ações.
No eixo genético, foram firmadas duas parcerias estratégicas. Uma delas com o Senar-MS, que envolve R$ 4,3 milhões para distribuição de sêmen sexado e embriões, com a meta de atingir 1.200 prenhezes e entregar 427 animais até 2026.
A segunda parceria foi firmada com a Associação dos Criadores de Girolando e prevê R$ 4,95 milhões para fornecimento de matrizes leiteiras a produtores acompanhados por programas de assistência.
Também está prevista a implementação de incentivos fiscais e operacionais voltados à modernização industrial, valorização da produção local e diversificação de produtos derivados do leite. Essas medidas integram o Subprograma de Incentivo à Indústria Láctea, voltado à competitividade dos laticínios regionais.
Assistência para quem produz até 100 litros por dia
Um dos focos principais do programa está no apoio técnico e gerencial a pequenos produtores que operam com menos de 100 litros por dia. O objetivo é ampliar a eficiência das atividades e possibilitar maior regularidade na produção.
De acordo com Rogério Beretta, secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, a proposta foi baseada em diagnósticos elaborados pelos próprios produtores.
“A pecuária é muito importante na agricultura familiar, por isso o objetivo é fazer ações que priorizem os pequenos e médios produtores de leite e eles buscarem cada vez mais serem profissionais no setor”, explicou.

Em outra frente, foi firmado termo de colaboração com o Sebrae/MS para oferecer suporte à agroindustrialização e à adequação sanitária das produções locais. A iniciativa visa facilitar o acesso dos produtores ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (e-SISBI), abrindo portas para novos mercados.
Programa Extra Leite e apoio à comercialização
Dentro do conjunto de medidas, o Governo Estadual também anunciou a ampliação do programa Extra Leite, financiado via Proape, com R$ 62,1 milhões destinados a incentivo direto aos produtores. A meta é assegurar geração de renda e boas práticas na pecuária leiteira ao longo dos dois anos de vigência.
Por fim, foi assinado decreto que integra o Plano de Apoio à Comercialização de Produtos de Origem Animal (PACPOA-MS), com foco em facilitar a colocação dos produtos no mercado e assegurar conformidade sanitária em toda a cadeia produtiva.