Uma operação de queima controlada foi iniciada no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro com o objetivo de reduzir o acúmulo de vegetação seca e prevenir incêndios durante o período de estiagem.
A atividade, conduzida por equipes do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, segue até a próxima semana e marca a primeira vez que essa técnica é aplicada em uma unidade de conservação estadual no Pantanal.
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Ao todo, 42 profissionais participam da ação, entre bombeiros, servidores do Imasul, integrantes do Ibama/Prevfogo, representantes de ONGs e pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A medida faz parte do Manejo Integrado do Fogo, estratégia usada para conter a propagação do fogo por meio de queimadas preventivas realizadas de forma planejada e monitorada.

Com mais de 78 mil hectares, o parque está localizado entre os municípios de Aquidauana e Corumbá. A última ocorrência de incêndio na área foi registrada em 2021. A nova ação busca criar áreas com menos material inflamável, reduzindo a intensidade e o avanço das chamas caso ocorram focos durante a seca.
Segundo o major Eduardo Teixeira, do Corpo de Bombeiros, a formação de trechos queimados de forma alternada — os chamados mosaicos — ajuda a conter o fogo e facilita o trabalho de combate, caso necessário.
“A intenção é medir os resultados obtidos com essa queima para, então, replicar a estratégia mais adequada em outras unidades de conservação”, afirmou.
A operação é coordenada pelo Imasul, com apoio técnico do Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas (Nefau/UFMS) e participação ativa dos bombeiros militares. Para garantir a segurança da operação, a equipe utiliza estações meteorológicas portáteis para medir fatores como vento, temperatura e umidade, além de equipamentos como sensores, drones e aplicativos de mapeamento para orientação das equipes no campo.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, destacou que a queima prescrita é uma ferramenta essencial na gestão do fogo na região pantaneira.
“Ao realizarmos essa ação de forma controlada e com base em critérios técnicos, conseguimos minimizar os impactos ambientais e reduzir significativamente o risco de incêndios florestais de grandes proporções”, disse.

Além da atividade no parque, outras ações já vêm sendo realizadas na região. Entre os dias 3 e 5 de abril, por exemplo, o Instituto Terra Brasilis promoveu treinamentos com peões, gerentes e produtores rurais, com foco em práticas eficazes de prevenção e combate ao fogo.