Tartaruga centenária dá à luz pela primeira vez no Zoológico da Filadélfia

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  • Post publicado:9 de abril de 2025

Uma tartaruga-das-galápagos de cem anos, que vive no Zoológico da Filadélfia desde a década de 1930, tornou-se mãe pela primeira vez, marcando um momento inédito na história da instituição. A centenária botou 16 ovos no fim do ano passado, e quatro deles já eclodiram com sucesso.

Nascimento raro traz esperança para espécie ameaçada

Conhecida como Mommy, a tartaruga vive no zoológico desde 1932 e é da subespécie ocidental de Santa Cruz, criticamente ameaçada de extinção. Ela e seu parceiro, Abrazzo, também com cerca de cem anos, são os animais mais antigos do local.

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O primeiro dos filhotes nasceu no dia 27 de fevereiro, e os demais vieram ao mundo nos dias seguintes, encerrando a sequência em 6 de março.

Segundo Lauren Augustine, diretora de herpetologia do zoológico, os quatro filhotes estão em excelente estado de saúde. “Eles têm o tamanho de uma bola de tênis e são bastante temperamentais, na verdade”, afirmou. A expectativa é que sejam apresentados ao público no dia 23 deste mês.

Essa foi a primeira eclosão bem-sucedida de tartarugas-das-galápagos no Zoológico da Filadélfia, fundado em 1874. Até então, apenas 44 indivíduos da mesma subespécie viviam em cativeiro nos Estados Unidos. A novidade representa um reforço importante para a conservação do grupo.

Tartaruga-das-galápagos de 100 anos dá à luz pela primeira vez no Zoológico da Filadélfia

Embora vivam no mesmo espaço, os filhotes não devem permanecer próximos dos pais. O peso elevado dos adultos — cerca de 130 quilos no caso de Mommy e 186 quilos no de Abrazzo — representa um risco para os recém-nascidos, que poderiam ser esmagados acidentalmente.

Essa não é a primeira vez que Abrazzo se torna pai. Em 2011, ele participou de um acasalamento que resultou em cinco filhotes em um zoológico na Carolina do Sul. Transferido para a Filadélfia por recomendação da Associação de Zoológicos e Aquários, ele foi considerado um par genético ideal para Mommy.

O casal foi apresentado em 2022, e os primeiros ovos vieram no ano seguinte. As três primeiras tentativas foram mal-sucedidas. Já na quarta, os ovos passaram por avaliação e foram incubados artificialmente em diferentes temperaturas.

Algumas condições são conhecidas por favorecer o nascimento de fêmeas; outras, de machos. Até agora, as quatro filhotes nascidas são todas do sexo feminino. Outros três ovos continuam em incubação.

A permanência dos filhotes em cativeiro está prevista por, no mínimo, cinco anos. Após esse período, o zoológico definirá, em conjunto com a Associação de Zoológicos e Aquários, o destino de cada um. Eles poderão integrar programas de reprodução em outros zoológicos ou, eventualmente, retornar ao ambiente natural das Ilhas Galápagos.

Tartaruga-das-galápagos de 100 anos dá à luz pela primeira vez no Zoológico da Filadélfia

Essa última possibilidade, no entanto, traz desafios. Segundo Rachel Metz, vice-presidente de bem-estar animal do zoológico, a vida na natureza envolve riscos como desastres naturais, doenças, mudanças climáticas e espécies invasoras.

A população das tartarugas-das-galápagos já foi estimada em centenas de milhares, mas sofreu um declínio severo devido à caça por humanos. Nas últimas cinco décadas, programas de conservação permitiram uma recuperação, e hoje há cerca de 17 mil exemplares da espécie.

De acordo com Stephen Blake, professor assistente de biologia na Universidade de St. Louis, a subespécie de Mommy e Abrazzo conta hoje com milhares de indivíduos, e a tendência populacional parece ser de crescimento estável.