A Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) realiza nesta terça-feira (8), em Campo Grande, a eleição que deve definir o novo presidente da entidade. A escolha ocorre quase um ano após a destituição de Francisco Cezário, afastado do cargo após denúncias de corrupção.
A Assembleia Geral Extraordinária está marcada para as 10h30, no Grand Park Hotel, com seis nomes confirmados na disputa. A votação será feita por 51 filiados habilitados, conforme lista divulgada pela própria federação.
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Candidaturas e cenário da eleição
Concorrendo ao comando definitivo da FFMS estão:
- Estevão Antônio Petrallas, atual presidente interino
- Paulo Sérgio Telles, ex-presidente do Cene
- Antonio Vieira Cesário da Cunha (Toni Vieira), ex-gestor do Operário
- Américo Ferreira da Silva Neto, vice da FFMS
- Marcos Antônio de Araújo, ligado ao DAC
- André Delgado Baird, presidente afastado do CREC
A eleição ocorre em meio a um histórico recente de tentativas frustradas de renovação na federação. Em novembro de 2024, um pleito chegou a ser convocado, mas foi suspenso pelo TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva de MS) por descumprimento de prazos legais. Uma nova assembleia, realizada em dezembro, também não avançou com a escolha de um novo presidente e decidiu adiar o processo para depois da Série A do Campeonato Estadual.
A partir dessa decisão, a eleição foi reagendada para abril de 2025, com organização baseada nas regras estatutárias. Cada candidato terá 15 minutos para apresentar suas propostas aos votantes antes do início da votação.
Polêmicas e histórico dos candidatos
Estevão Petrallas, ex-presidente do Operário, assumiu interinamente a FFMS em maio de 2024 após a prisão de Cezário, por indicação da CBF. Sua nomeação, no entanto, foi contestada judicialmente. Reinaldo Leão, advogado do Comercial, questionou sua ligação com a Liga de Futebol Profissional, mas a denúncia foi rejeitada pelo TJD-MS por 4 votos a 3.

Outro concorrente, Paulo Sérgio Telles, comandou o extinto Cene durante o período em que o clube se destacou no cenário estadual com seis títulos. A equipe era mantida por uma associação ligada ao reverendo coreano Moon, que possuía propriedades no Pantanal.
Toni Vieira, também ex-gestor do Operário, viu o clube enfrentar grave crise financeira em sua gestão, chegando a leiloar a sede em 2012. Hoje, atua como empresário no ramo esportivo.
Américo Ferreira da Silva Neto, por sua vez, foi presidente do Novoperário, clube criado por ex-torcedores do Operário e transferido depois para Sidrolândia. Atualmente, é vice da própria FFMS.
Do interior, Marcos Antônio de Araújo e André Delgado Baird também estão na disputa. Araújo presidia o DAC, equipe de Dourados que cresceu rapidamente, mas seu nome apareceu na Operação Cartão Vermelho, conduzida pelo GAECO. Ele afirmou ter colaborado com a investigação.
Já Baird esteve à frente do CREC, campeão estadual em 2021 e 2023. Seu nome surgiu na CPI da Expo Rica 2023, acusado de envolvimento em desvio de recursos públicos e lucro indevido com a venda de bebidas durante o evento.
Remuneração e interesse pelo cargo
A função de presidente da FFMS tem chamado atenção pelo alto salário. Segundo reportagem da Revista Piauí, dirigentes de federações estaduais podem receber mensalmente até R$ 215 mil, aumentando a disputa e o interesse pela liderança da entidade.