Nova estrutura federal vai reforçar acolhimento e segurança na fronteira com a Bolívia

ponte entre Corumbá e Bolívia
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  • Post publicado:5 de abril de 2025

Corumbá (MS)- Durante visita a Corumbá, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou que o governo federal está mobilizando uma força-tarefa para reestruturar a segurança na fronteira com a Bolívia.

A proposta, segundo Dias, inclui a instalação de um novo modelo integrado de fiscalização, com atuação conjunta das forças de segurança, aduanas e órgãos de acolhimento social.

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A iniciativa busca enfrentar os desafios impostos pelo crescimento do fluxo migratório e pelo avanço de atividades criminosas nas áreas de fronteira. A região, segundo o ministro, vem sendo marcada pela fragilidade das estruturas institucionais, favorecendo o aumento da criminalidade e fortalece as redes ilegais que se estruturam com a ineficácia do estado.

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Entre janeiro e março deste ano, a Casa do Migrante acolheu 515 pessoas, das quais 350 são venezuelanas. Em 2023, o total de atendimentos chegou a 1.700

O Folha MS retratou, em primeira mão, como o crime organizado vem se estruturando na região de fronteira entre Corumbá e a Bolívia, com a implementação até de câmeras de monitoramento, para vigiar a movimentação da polícia e fiscalização da Receita Federal.

O objetivo dos criminosos é garantir mais “produtividade” na travessia e recebimento de ilícitos por meio de trilhas clandestinas instaladas ao longo de toda faixa fronteiriça.

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Trilhas Clandestinas se formam ao longo da fronteira seca entre Corumbá e a Bolívia

Integração entre ministérios e ampliação de acolhimento humanizado

A proposta do governo envolve uma parceria entre diferentes pastas, como os ministérios da Justiça, da Defesa, da Saúde e da Educação, além da atuação conjunta com a Defensoria Pública, o Judiciário e os órgãos de inteligência. A ideia, de acordo com o Ministro, é estabelecer uma política mais eficiente de triagem, acolhimento e combate a ilícitos.

Estamos estruturando uma condição melhor de lidar não só com uma unidade de acolhimento, como a casa da migração, mas também para garantir uma política adequada nessa relação com cerca de 21 países que, por aqui, têm um processo migratório”, declarou o ministro.

Fronteira com a bolívia terá reforço na estrutura
Ministro anunciou nova estrutura na fronteira com a Bolívia

Ele explicou que o modelo prevê ações desde o apoio inicial com alimentação e profissionais de atendimento, até a integração com áreas como saúde e qualificação profissional.

O novo modelo incluirá uma triagem detalhada de cada imigrante, com foco nas necessidades individuais, principalmente de crianças e mulheres. Segundo Dias, o objetivo é garantir um tratamento digno e humanizado para quem chega ao país, ao mesmo tempo, em que se fortalece o controle sobre fraudes e outras práticas ilegais.

Fronteira de Corumbá será modelo para o restante do país

Corumbá foi escolhida como ponto estratégico para a implementação inicial do projeto por conta de sua localização e pelo fluxo migratório que recebe, principalmente de imigrantes que cruzam diversos países até alcançar o território brasileiro. Segundo o ministro, há relatos de pessoas que passam por até dez fronteiras antes de chegarem à cidade.

O Brasil quer o desenvolvimento do Mato Grosso do Sul e de Corumbá, mas também com qualidade de vida. É preciso garantir que essa política de relações internacionais não impacte negativamente a vida da população local”, afirmou Wellington Dias.

pacto casa migrante fronteira com a Bolívia
Ministro Wellington Dias ressaltou que políticas de relações internacionais não podem impactar negativamente a vida de quem vive na região

O plano também visa fortalecer o papel das forças policiais, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, bem como o trabalho das Forças Armadas. A expectativa é que, com a nova estrutura, o país possa conter de forma mais eficaz o tráfico de drogas, fraudes documentais e outros delitos recorrentes em áreas fronteiriças.

A cooperação com os países vizinhos também está em curso, conforme destacou o ministro, visando alinhar ações multilaterais de segurança e acolhimento. “Vamos caminhar juntos, com apoio dos governos locais, valorizando sempre o trabalho integrado”, concluiu.

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