A Polícia Civil de Anastácio conseguiu reclassificar para tentativa de homicídio as acusações contra uma mãe investigada por negligência e maus-tratos ao filho de 3 anos.
O novo entendimento jurídico surgiu após laudos médicos comprovarem que a omissão deliberada de cuidados básicos — como alimentação, água e atendimento médico — colocou a vida da criança em risco imediato.
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A mulher foi presa inicialmente em 3 de março, após denúncias de vizinhos sobre agressões. Na época, a Justiça negou a prisão preventiva, mas novas provas coletadas pela delegada Tatiana Zyngier, incluindo o depoimento do médico que atendeu a vítima, embasaram um segundo pedido, aceito na semana passada.
O laudo que mudou o caso
O menino foi levado ao hospital somente após intervenção de moradores, que forçaram a mãe a buscar ajuda. O exame constatou:
- Desnutrição severa e desidratação crítica;
- Queimaduras, ferimentos e marcas de amarração nos punhos;
- Quadro clínico classificado como “potencialmente fatal” sem tratamento imediato.
“A privação de cuidados essenciais não é apenas negligência. É uma forma de violência que equivale a uma tentativa de homicídio por omissão”, explicou a delegada, reforçando que a criança já estava em perigo de morte quando resgatada.
O caso ganhou nova dimensão ao revelar um padrão de abusos prolongados, não apenas incidentes isolados. Testemunhas relataram à polícia que a mãe evitava contato social e resistia a procurar ajuda médica, mesmo com o agravamento do estado do filho.
Situação atual
A criança está sob custódia do Conselho Tutelar e recebe acompanhamento especializado. O inquérito aguarda conclusão de perícias complementares para definição das próximas etapas processuais.