Mato Grosso do Sul investiga a primeira morte por dengue em 2025. O caso ocorreu em Campo Grande nos primeiros dias de fevereiro e está sob análise das autoridades de saúde. O Estado registra 1,5 mil casos prováveis e 439 confirmações da doença. O retorno da dengue tipo 3, após 15 anos sem circulação, eleva o risco de uma epidemia.
Até o momento, Campo Grande tem 33 casos prováveis e ainda não confirmou ocorrências da dengue tipo 3. No entanto, em Mato Grosso do Sul já há 24 casos desse subtipo, incluindo registros em Três Lagoas, cidade que faz divisa com São Paulo, Estado com o maior número de casos do país. Selvíria lidera os números locais, com 91 diagnósticos positivos.
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Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2025, já são mais de 20 mil casos prováveis de dengue no Brasil. Foram confirmadas 47 mortes e outros 240 óbitos estão sob investigação. Acre, São Paulo e Mato Grosso apresentam as maiores taxas de incidência.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou, por meio de nota, que a investigação da morte em Campo Grande segue os protocolos epidemiológicos, incluindo exames laboratoriais. A pasta reforça a necessidade de eliminação de criadouros do Aedes aegypti e a busca por atendimento médico ao surgirem sintomas da doença.
Como identificar o tipo 3
O tipo 3 da dengue só pode ser identificado em testes de laboratório, visto que testes rápidos não têm a capacidade de identificar o sorotipo da doença. Mas os sintomas são sinais de alerta, principalmente se o paciente tiver dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos.
Em Mato Grosso do Sul, os testes para identificação do tipo 3 da dengue são realizados pelo LACEN/MS (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul), que é o laboratório de referência para análise no Estado.
Os testes são realizados por meio da metodologia de Biologia Molecular, utilizando o exame RT-PCR, considerado o “padrão ouro” para a identificação do sorotipo circulante. Esse exame tem a capacidade de detectar o sorotipo da dengue entre o 1° e o 5° dia do início dos sintomas.
Dados do Ministério da Saúde apontam para 1.500 casos prováveis de dengue em Mato Grosso do Sul, com início dos sintomas em 2025. Os dados ainda estão abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
Sintomas iniciais e evolução da doença
Após um período de incubação que varia de 2 a 10 dias, os primeiros sintomas da dengue geralmente incluem:
- Febre alta (acima de 38,5°C);
- Dor de cabeça intensa;
- Dores musculares e articulares intensas;
- Mal-estar generalizado;
- Dor muscular/dor nas articulações;
- Náuseas e vômitos;
- Manchas vermelhas no corpo.
Esses sintomas podem durar de 2 a 7 dias. Em muitos casos, após esse período, o paciente começa a se recuperar gradualmente. No entanto, é crucial estar atento aos sinais de alarme que podem indicar a progressão para uma forma mais grave da doença.
Dengue com sinais de alarme
A dengue pode evoluir para formas mais severas, apresentando sinais de alarme como:
- Dor abdominal intensa e contínua;
- Vômitos persistentes;
- Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
- Hipotensão postural (tontura ao levantar) e/ou desmaios;
- Letargia e/ou irritabilidade;
- Aumento do tamanho do fígado;
- Sangramento de mucosas;
- Aumento progressivo do hematócrito (concentração de células vermelhas no sangue).