O Pantanal em Mato Grosso do Sul enfrentou em 2024 o pior ano em termos de áreas queimadas, segundo dados do Lasa/UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais). Cerca de 18% do bioma no Estado foi consumido pelo fogo, totalizando 1,6 milhão de hectares queimados, o equivalente a 1,5 vez o tamanho do Catar.
As chamas impactaram áreas importantes, como o Território Indígena Kadiwéu, a Serra do Amolar e o Refúgio Ecológico Caiman, além de lavouras, propriedades rurais e comunidades ribeirinhas. Uma pessoa morreu ao tentar conter o fogo na propriedade onde trabalhava.
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O número de hectares queimados em Mato Grosso do Sul em 2024 superou os 1,5 milhão registrados em 2020. No entanto, considerando todo o bioma Pantanal, que abrange também Mato Grosso, 2020 permanece como o pior ano da série histórica iniciada em 2012, com 3,6 milhões de hectares consumidos pelo fogo.

Os incêndios resultaram em impactos devastadores para a fauna e flora. Um estudo do ICMBio realizado em 2020 estimou que 17 milhões de animais vertebrados morreram devido ao fogo. Em 2024, 17% da área total do Pantanal brasileiro foi afetada, marcando o segundo pior resultado histórico.
Especialistas apontam que a seca severa enfrentada pela região Centro-Oeste e o uso indevido ou criminoso do fogo foram os principais fatores para a devastação registrada em 2024.
Medidas e investigação
O Governo de Mato Grosso do Sul informou que já está traçando estratégias para evitar novos incêndios em 2025, com um plano emergencial previsto para apresentação em fevereiro, conforme solicitado pelo Supremo Tribunal Federal.
Enquanto isso, investigações seguem em curso para responsabilizar os culpados pelos incêndios. Dados da Polícia Federal indicam que 75% das investigações abertas até o início de 2025 não resultaram em indiciamentos.