Uma onça-pintada jovem foi encontrada morta no dia 19 de janeiro de 2025, na BR-262, próximo ao Buraco das Piranhas, no Pantanal. O animal, uma fêmea, apresentava sinais de atropelamento. O caso foi atendido pela Polícia Militar Ambiental, que recolheu o corpo e o encaminhou para Corumbá.

A rodovia que liga Corumbá a Miranda é um ponto crítico para atropelamentos de fauna. Desde 2016, pelo menos 20 onças-pintadas foram mortas nesse trecho, sendo três registradas apenas no início de 2023, em período marcado por níveis elevados de inundação no Pantanal. O aumento das áreas alagadas é apontado como um possível motivo para o uso frequente da rodovia pelos animais.

🚀Participe do grupo VIP do Folha MS e receba as notícias em primeira mão📣

Esforços de conservação e mitigação

A BR-262 atravessa o Pantanal sobre aterros, e atropelamentos de animais, incluindo espécies ameaçadas como a onça-pintada, têm mobilizado diversas instituições em ações de mitigação. Entre elas:

• Pontes de vazante: Desde 2023, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) estuda o uso dessas estruturas como passagens seguras para animais, após limpeza da vegetação. Cerca de 50 espécies já foram observadas utilizando as pontes durante a estiagem.
  
• Educação ambiental: Caminhoneiros que trafegam pela rodovia participaram de ações para conscientização sobre os impactos da colisão com animais.
  
• Plano de mitigação aprovado: Em novembro de 2024, foi autorizado um plano que inclui cercamentos, passagens de fauna e instalação de radares. No entanto, as obras ainda não têm previsão para início.

Dados sobre atropelamentos na BR-262

De maio de 2023 a abril de 2024, o Projeto Bandeiras e Rodovias identificou:

• 2300 animais mortos no trecho de 350 km entre Campo Grande e a Ponte do Rio Paraguai.
• Espécies mais atingidas: Tatus, anfíbios, jacarés e cachorros-do-mato.
• Iniciativas anteriores: Em 2021, foi lançado um manual técnico para mitigação de colisões, com medidas de orientação para motoristas e gestores públicos.

A onça-pintada, símbolo da biodiversidade brasileira e classificada como vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), continua sendo alvo de esforços para proteção. A articulação entre ONGs, como o Observatório Rodovias Seguras para Todos, visa reduzir o impacto das rodovias sobre a fauna no Mato Grosso do Sul.