Os mediadores norte-americanos e árabes que negociaram um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, incluindo a liberação de reféns, fizeram progressos significativos na noite de domingo (12), mas ainda não foram fechados um acordo.
Joe Biden e Benjamin Netanyahu também permaneceram em conversas, embora se mantivessem as incertezas quanto às principais condições de um eventual acordo.
“Estamos muito, muito perto”, disse à CNN o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan. “Mas estar muito perto ainda significa que estamos longe porque até realmente cruzamos a linha de chegada não estaremos lá”.
Já na manhã desta segunda-feira (13), em coletiva de imprensa, o ministro israelense dos Negócios Estrangeiros, Gideon Sa’ar, confirmou que “houve progressos”.
“Vemos algum progresso nas negociações. (…) Israel quer um acordo de liberação de referências. Israel está trabalhando com nossos aliados norte-americanos para conseguir um acordo de referência, e logo saberemos se o outro lado quer a mesma coisa”.
Outras três autoridades, que falaram sob condição de anonimato à Reuters, já tinham reconhecido que houve progressos e afirmaram que os próximos dias serão cruciais para colocar um fim a mais de 15 meses de conflitos que desestabilizaram o Oriente Médio.
Um dos envolvidos nas negociações disse que houve um avanço durante a última noite e que há uma proposta de acordo em cima da mesa. Os negociadores israelenses e do Hamas vão agora levar o acordo de volta aos líderes para aprovação final.
As mesmas fontes adiantaram ainda que os mediadores no Catar, abandonaram a pressão o Hamas para aceitar o acordo, enquanto o enviado do presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump, Steve Witkoff, pressionava os israelenses.
“As próximas 24 horas serão cruciais para chegar ao acordo”, acrescenta.
Já uma autoridade egípcia afirmou que houve bons progressos durante a noite, mas que provavelmente demorará mais alguns dias, e que as partes querem concordar um acordo antes da posse de Trump, em 20 de janeiro. Um terceiro responsável disse que as negociações estavam correndo bem, mas ainda não tinham sido concluídas.
No entanto, uma autoridade do Hamas disse que uma série de questões controversas ainda têm de ser resolvidas, incluindo o compromisso israelense de colocar um fim à guerra, além dos detalhes sobre a retirada das tropas de Israel e a troca de reféns e prisioneiros. A autoridade egípcia confirmou que estas questões ainda estavam a ser discutidas.
De acordo com a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos discutiu com Netanyahu como “circunstâncias regionais alteradas” após o cessar-fogo de Israel com o Hezbollah no Líbano, uma rápida operação rebelde que derrubou o ex-presidente Bashar al-Assad na Síria no mês passado.
O primeiro-ministro israelense teria informado Biden sobre as instruções que deu aos negociadores em Doha “para avançar na libertação dos reféns. Conversas no domingo à noite contaram com a participação dos serviços de inteligência israelense, o Mossad, e o conselheiro do presidente norte- americano.