Um dos principais alvos da operação da Polícia Federal que investiga a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS), o advogado Felix da Cunha mencionou em mensagens a existência de um “leilão” para a negociação de decisões judiciais. A conversa, revelada pela PF, ocorreu entre o advogado e o servidor do TJMS, Danillo Moya Jerônimo, no dia 6 de abril de 2021.
Na troca de mensagens, Felix relata a Danillo que as decisões estariam sendo leiloadas entre os desembargadores: “Foi um leilão danado… Cada um quer mais que o outro“, escreveu o advogado. Em outra mensagem enviada dois dias depois, Felix confirmou o resultado favorável da decisão, mencionando que iria “sacar” o pagamento de Danillo naquele dia.
O advogado Felix foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (24), enquanto Danillo foi afastado de suas funções no TJMS, como parte da operação autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão.
A investigação integra a Operação Ultima Ratio, que apura crimes de corrupção, venda de sentenças, lavagem de dinheiro e organização criminosa no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
Utima Ratio
A Operação Utima Ratio, deflagrada nesta quinta-feira (24) pela Polícia Federal para investigar vendas de sentença, afastou do cargo o atual e o futuro presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, respectivamente, Sérgio Fernandes Martins e Sideni Soncini Pimentel, e três desembargadores da corte, e o juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Campo Grande.
Também foi afastado do Osmar Domingues Jeronymo, corregedor-geral do Tribunal de Contas do Estado. Ele é o 4º dos sete conselheiros afastados do cargo da corte fiscal.