Desde a infância, Rogério Zaim de Melo, professor de educação física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), sonhava em ser palhaço. O tempo passou e, embora tenha seguido a carreira acadêmica, o amor pela cultura circense permaneceu vivo. Hoje, Rogério está envolvido em uma missão especial: encontrar fotografias de circos que passaram por Corumbá desde o ano de 1880.
A pesquisa de Rogério, realizada em colaboração com o pesquisador Fabrício Mozer, visa resgatar a memória cultural da cidade e do estado.
“Esse trabalho é extremamente importante para conhecermos nossa história. Nós somos um estado relativamente novo, e muitos dos nossos registros históricos ficaram no Mato Grosso”, explicou Rogério.
O professor detalha que suas investigações estão focadas na cultura lúdica sul-mato-grossense, especialmente na trajetória dos circos. Por meio de portais da Biblioteca Nacional, ele encontrou registros de jornais dos séculos XIX e XX que mencionam a passagem de circos por Corumbá. O primeiro registro encontrado data de 1880, o que, segundo Rogério, marca o início de um período significativo para a navegação pelo Rio Paraguai, já normalizada após a Guerra do Paraguai.
“Estabeleci 1880 como ponto de partida da pesquisa por ser o primeiro registro que encontrei e também porque corresponde a dez anos após a guerra. Outro marco importante é 1930, quando comemoramos 20 anos da inauguração da Estação Porto Esperança, com a chegada da Noroeste do Brasil”, destacou o professor.
Entre os circos identificados, Rogério menciona o Circo Alcibíades, que passou por Corumbá em 1920 e mais tarde se estabeleceu no Largo do Paissandu, em São Paulo. Foi nesse local que o famoso palhaço Piolin fez sua carreira, sendo hoje um dos nomes mais icônicos do circo brasileiro. A data de seu nascimento, inclusive, é comemorada como o Dia do Circo no Brasil.
Até agora, Rogério já conversou com algumas famílias tradicionais de Corumbá, mas ainda não localizou nenhuma fotografia dos circos que passaram pela cidade no passado. Ele faz um apelo à população: “Se você, sua família ou algum conhecido é de Corumbá e tem raízes antigas, ajude-nos a resgatar essa parte importante da nossa história.”
Quem tiver informações ou fotografias sobre circos que visitaram Corumbá pode entrar em contato com o professor Rogério Zaim de Melo pelo número (67) 99263-6578.
