Em uma votação realizada nesta segunda-feira (14), os clubes de Mato Grosso do Sul decidiram, com 44 votos a favor e 21 contra, encerrar a “era Francisco Cezário” à frente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). O dirigente ocupava o cargo há 28 anos.
A decisão foi tomada durante uma assembleia extraordinária na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Campo Grande, onde estiveram presentes representantes da federação e dirigentes de clubes.
A reunião, iniciada às 13h e realizada a portas fechadas, seguiu a nova regra estatutária, onde os votos foram secretos e ponderados conforme o peso estabelecido por categoria. Nos clubes da primeira divisão, cujo voto tem peso 3, oito foram a favor da destituição e três contra. Nos clubes das divisões inferiores, com peso 2, seis votaram a favor e seis contra. Já entre as ligas amadoras, cujo voto tem peso 1, oito foram favoráveis à destituição e um contrário.
Ao todo, 19 clubes votaram pela saída de Cezário e 12 contra, somando 44 votos a favor e 21 contra quando considerado o peso total. Com quase 70% de aprovação, os clubes encerraram o mandato de Francisco Cezário.
Defesa vai recorrer
O advogado de Francisco Cezário, Júlio César Marques, afirmou que irá recorrer à Justiça para tentar anular a decisão da assembleia. Segundo ele, a defesa de Cezário não foi intimada no prazo adequado para se pronunciar, violando o direito de defesa. O advogado planeja entrar com uma ação declaratória de anulação, com pedido liminar, alegando que a assembleia foi aberta com base em um parecer jurídico, sem seguir o devido processo de acusação formal.
Próximos passos
Os clubes têm até 30 dias para convocar uma nova assembleia e eleger um novo presidente para a FFMS. Enquanto isso, o gestor interino, Estevão Petrallás, assume a presidência até o final do ano, conforme determinação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A assembleia para escolha do novo dirigente já está sendo planejada e deve ocorrer em breve.
Operação Cartão Vermelho
O ex-mandatário da FFMS foi preso no âmbito da operação “Cartão Vermelho”, acusado de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Atualmente, ele está em liberdade provisória, usando tornozeleira eletrônica, enquanto aguarda julgamento.