A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (24) a Operação Libertad, com o objetivo de desmantelar um grupo criminoso especializado no contrabando e tráfico de migrantes bolivianos para fábricas clandestinas de confecção. Os trabalhadores, submetidos a condições análogas à escravidão, eram aliciados por meio de redes sociais e rádios online.
Durante a operação, foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão, 16 medidas cautelares de proibição de saída do Brasil e 26 suspensões de atividades econômicas. A ação ocorreu nas cidades de São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Ribeirão das Neves (MG), Belo Horizonte (MG) e Corumbá (MS).
A Operação Libertad contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, e da Defensoria Pública da União. As investigações indicam que o grupo criminoso oferecia falsas promessas de emprego para os migrantes, que, ao chegarem no Brasil, eram forçados a trabalhar em condições degradantes, com jornadas exaustivas.
Os envolvidos serão investigados por crimes de contrabando de migrantes, tráfico internacional de pessoas e trabalho em condições análogas à escravidão.
A escolha do nome “Libertad” simboliza a luta pela libertação dos trabalhadores explorados e reafirma o compromisso da Polícia Federal em combater a exploração humana.
Em junho de 2024, um acordo entre os governos do Brasil e da Bolívia foi firmado para intensificar o combate ao tráfico de pessoas e contrabando de migrantes. Esse acordo visa fortalecer a proteção aos migrantes em situação de vulnerabilidade e desmantelar redes criminosas responsáveis por sua exploração.