Em agosto de 2024, o Brasil enfrentou um aumento alarmante nas áreas atingidas por queimadas, com 5,65 milhões de hectares afetados, representando quase metade (49%) de todas as áreas queimadas no país desde o início do ano. Corumbá, segundo levantamento, foi a cidade mais afetada, com 616.980 hectares queimados, conforme dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas, divulgados nesta quinta-feira (12). Félix do Xingu (PA) e Amajari (RR) também registraram grandes perdas, com 277.951 e 250.949 hectares queimados, respectivamente.

No Pantanal, o impacto foi significativo, com um aumento de 249% na área queimada em relação à média dos últimos cinco anos. Até agosto, 1,22 milhão de hectares foram atingidos pelo fogo, sendo que mais da metade desse total, 648 mil hectares, foi queimada apenas em agosto. Este foi o maior índice de queimadas registrado no bioma para o mês.

O Cerrado foi o bioma mais atingido em agosto, com 2,4 milhões de hectares queimados, correspondendo a 43% do total nacional. A Amazônia também sofreu com o avanço das queimadas, somando 2 milhões de hectares afetados. A diretora de Ciências do IPAM, Ane Alencar, destacou que 30% dessa área na Amazônia envolveu florestas nativas, com o fogo avançando devido à combinação de atividades humanas e condições climáticas desfavoráveis.

Outros biomas também enfrentaram um aumento nas áreas queimadas. A Mata Atlântica registrou 500 mil hectares destruídos, um aumento de 683% em relação à média anterior. Na Caatinga, 51 mil hectares foram afetados até agosto, 22% a mais do que no mesmo período de 2023. Em contraste, o Pampa teve a menor área queimada dos últimos três anos, com 2,7 mil hectares atingidos entre janeiro e agosto, um padrão associado às chuvas acima da média na região.

Em todo o Brasil, a área total queimada este ano chegou a 11,39 milhões de hectares, um aumento de 116% em relação a 2023, com 70% das áreas afetadas sendo de vegetação nativa.