Corumbá (MS)- Apesar de constar como a terceira maior arrecadação no Estado de Mato Grosso do Sul, Corumbá, está classificada entre os piores municípios do país em relação ao índice de eficiência em serviços básicos.
Os dados, que consideram o atendimento básico à população em relação a receita da cidade, constam no Ranking de eficiência, elaborado pelo jornal Folha de São Paulo, com todos os mais de cinco mil municípios do país. Corumbá já havia sido classificada como a pior gestão financeira dos últimos 10 anos segundo levantamento da Firjan.
Com orçamento estimado em quase um bilhão de reais anualmente, Corumbá não consegue dar um retorno positivo à população quando o assunto é serviços básicos. Segundo o levantamento ao nível estadual, a cidade ocupa apenas a 53ª posição, ficando atrás de municípios com arrecadação infinitamente menores como Ladário, enquanto em nível nacional, o cenário é ainda pior, ocupando a 4.355ª colocação.
A ineficiência na prestação dos serviços para os corumbaenses reflete a má gestão dos recursos públicos destinados a uma das cidades mais ricas do estado.
Cidades com recursos mais escassos como a vizinha Ladário, aparece no ranking em uma posição muito melhor, ocupando a 2.247ª posição.
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Educação
A pesquisa mostra uma baixa cobertura, por exemplo, no atendimento de crianças de 0 a 3 anos de idade com acesso a creches. Apenas 25,82% das crianças dentro dessa faixa etária no município estão matriculadas. A educação em Corumbá ocupa 4.723º posição no ranking nacional.
Saúde
Os dados mostram que ao se analisar a atenção básica em saúde, 15% dos domicílios da cidade não possuem cobertura. A taxa de médicos por cada mil habitantes também é preocupante a média é de 1,49 por 1.000 habitantes. A saúde em Corumbá ocupa 4.163º posição no ranking nacional.
Saneamento
Um dos dados analisados com melhor desempenho, o saneamento básico em Corumbá ainda enfrenta desafios. Apesar de ter uma cobertura de 93% com cobertura de água, 58% da população não tem acesso à cobertura de esgoto.
Metodologia
A pesquisa, foi elaborada após consultas com USP, FGV e Insper, além de análises e testes selecionados, segundo essas diretrizes, oito variáveis, subdividas em quatro categorias —educação, saúde, saneamento e finanças. Em todas elas, considerou-se a taxa de cobertura de políticas claramente vinculadas às atribuições municipais.
Em educação, foram tomados como parâmetro os percentuais de crianças de 4 e 5 anos matriculadas no ensino fundamental e de 0 a 3 que frequentam creches.
Em saneamento, foram considerados o percentual de domicílios na rede de fornecimento de água e esgoto e os atendidos pelo sistema de coleta de lixo. Na saúde, foi levantada a cobertura por equipes de atenção básica e o número de médicos por habitante no município.
Junto ao Tesouro Nacional, coletou-se a receita per capita dos municípios, dado que, quando utilizada como denominador dos escores de cobertura das políticas públicas das três áreas citadas anteriormente, fornece a métrica de eficiência do REM-F.
Para combinar parâmetros e grandezas tão distintos, utilizou-se a padronização de escalas com base em valores máximos e mínimos, a exemplo do que acontece na composição do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU).
Para o cálculo de eficiência, atribui-se peso dois à educação e saúde porque ambos os setores têm despesas vinculadas às receitas dos municípios, tornando o investimento uma obrigação constitucional.
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