Atendimento de ação humanitária levou assistência a ribeirinhos no Pantanal

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  • Post publicado:31 de agosto de 2024

Em busca de apoio e assistência, ribeirinhos da região do Taquari, no coração do Pantanal, foram a cavalo, de trator e até a pé receber cestas básicas, água mineral e atendimento médico. Eles foram atendidos pela Operação Humanitária desenvolvida pelo Governo do Estado, por meio da Defesa Civil.

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Cestas básicas chegando nas comunidades (Foto: Leonardo Rocha)

Foram fixadas bases de atendimento dentro das comunidades para facilitar o acesso e assim permitir que mais famílias fossem atendidas. O sentimento dos ribeirinhos é de gratidão e alegria por receberem tal apoio.

A ação humanitária foi realizada na região do Taquari, nas comunidades Corixão, Cedrinho, João Banana, Escola Nazaré, Porto Rolon e Fazenda Santa Aurélia. “Sou nascido e criado na comunidade (Cedrinho), o que mais a gente sofre é com a distância e por ficar isolado. Esta ação social é uma benção para a população daqui”, disse Rosalino da Costa Leite.

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Ele mora com a esposa dentro do Pantanal e diz que apesar das dificuldades não deixa a região por nada. “Já trabalhei bastante com a pesca e com 61 anos se Deus quiser nunca vou sair daqui, quero ficar a vida inteira”.

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Greice Estra
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Rosalino da Costa Leite

Greice Estra Soares recebeu a ajuda do Estado como um presente, já que no dia da ação comemorou seu aniversário. “Um apoio importante para nós, pois esta região é muito longe e fica difícil o acesso a saúde, demora muito até chegar na cidade. É muito gratificante receber ajuda com a cesta, água e ainda conseguir se consultar com o médico. Um presente neste dia”.

Moradora do Corixão, Aracilda de Souza conta que nos seus 65 anos de vida o Pantanal foi seu lar. “Aqui é um local maravilhoso para se viver, agora estamos vivendo esta seca grande. Gratificante receber toda esta ajuda, para ir a Corumbá é muito complicado, espero que voltem cada vez mais. Aqui nasci e quero morrer”.

Tem gente que fez o caminho inverso. Naiara Rodrigues, de 25 anos, veio da cidade e agora mora no interior do Pantanal. “Quando casei aos 15 anos, vim com meu marido para o Corixão. Lugar bom e calmo, mas precisamos de assistência, por exemplo, em casos de doença ou emergência estamos muito longe da cidade. Tudo que estão fazendo hoje vai ajudar bastante, tem muita criança e idosos aqui”, completou.

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Naiara Rodrigues
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Aracilda de Souza

Difícil acesso

Viviane Soares, moradora da comunidade Rio Negro, além de receber sua cesta básica, comemorou o acesso ao atendimento médico. “Graças a Deus estava tudo certo com minha saúde, pois médico aqui é muito longe, demora muito pra ir de carro até a cidade. Se vier direto vai facilitar a vida de todos”.

Auxiliar de cozinha na Operação Ribeirinhos, Adrielsson Pereira, morava no Corixão quando era criança, por isso conhece de perto as dificuldades de um local de difícil acesso.

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Adrielsson Pereira e sua avó

“Quando era pequeno tinha que ir de cavalo pra escola, era duas horas montado até chegar lá. Sempre gostei de morar no Pantanal, mas a locomoção é realmente um problema. Meus avós ainda moram aqui, eles não querem sair por nada”.

Ele destaca que esta ação da Defesa Civil é um alento. “Uma ajuda maravilhosa para atender a comunidade local. Minha parte hoje é o almoço, que teve um arroz carreteiro, mandioca frita e salada para toda equipe”.

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Equipes da Defesa Civil percorreram as comunidades dentro do Pantanal

Atendimento humanizado

Um dos diferenciais desta ação, foram os atendimentos de saúde, com cinco profissionais disponíveis, entre médicos, enfermeira e auxiliares de enfermagem. Além da consulta, receberam os remédios necessários. Todos que compareceram foram atendidos.

“Isto foi algo importante da nossa operação. Nossa equipe de saúde realizou o atendimento humanizado, atencioso e completo. Foi dado o encaminhamento para quem precisa continuar o tratamento em Corumbá”, afirmou o capitão da Defesa Civil, Maxwelbe de Moura Fé, que esteve à frente da operação.

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Atendimento médico
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Conjunto de ações

Neste conjunto de ações, os ribeirinhos também tiveram acesso ao cadastro no programa “Mais Social”, que poderá conceder o cartão no valor de R$ 450,00 por mês para compra de alimentos e produtos de higiene. Aqueles que preencherem os requisitos necessários previstos pela Sead (Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos), vão conquistar o benefício.

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Adolescente recebe atendimento psicológico no Pantanal

Houve ainda os atendimentos psicológicos aos moradores, de uma maneira reservada. Crianças, adolescentes e adultos conversaram com os profissionais, contando seus problemas, histórias e angústias. Esta ação ocorreu em um “consultório a céu aberto”, com cadeiras posicionadas em baixo das árvores, garantindo toda a privacidade necessária.

Os animais de estimação não ficaram de fora, também tiveram atendimento veterinário. Uma profissional participou da ação, examinando cachorros, gatos e cavalos. Além da aplicação de vacinas e ação emergencial, foram entregues remédios e medicamentos.

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Crianças brincam enquanto os pais recebem ajuda humanitária no Pantanal

Resultado produtivo

Na avaliação do capitão Maxwelbe a ação foi muito produtiva nesta primeira edição. Os moradores foram bem atendidos e os profissionais conseguiram identificar as reais necessidades de cada comunidade. Tais informações serão essenciais para o planejamento das próximas operações.

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Capitão Maxwelbe avalia como produtiva a ação no Pantanal

“Uma ação humanitária muito produtiva, conseguimos atender todos os moradores das comunidades que foram ao local, de uma forma eficiente, com atendimento médico, assistência social, atendimento psicológico, até com a médica veterinária. Uma população muito querida, que tem as suas necessidades, e neste momento amenizar o sofrimento destas pessoas, que estão tão distantes dos centros urbanos e precisam deste serviço público”.

As atividades começaram no dia 25 com a chegada das equipes em Corumbá e se encerraram no sábado (31). Mais de 230 famílias foram beneficiadas com esta ação inédita do Governo do Mato Grosso do Sul.

“Nossa intenção é que partir deste levantamento, tenhamos um projeto para ser apresentado a nossa coordenação. Nosso objetivo é que este projeto não seja apenas durante o período de incêndios florestais, mas que possa ser um atendimento permanente”, descreveu o capitão.