Branquinho é o cachorro que o comerciante Josival Vieira, 55, adotou há um ano e meio, em Campo Grande. Até a última quinta-feira (8), o tutor achava que seu companheiro era macho.

O que sabia sobre o bichinho mudou quando precisou levá-lo para atendimento veterinário na sede da Subea (Subsecretaria Municipal de Bem-estar Animal) e recebeu a notícia que ele tinha características de macho e também de fêmea. É um hermafrodita.

A condição é rara no universo canino, como já divulgou o Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Médica veterinária que atendeu Branquinho, Gisele Tavares explica que um exame confirmou os dois sexos. “Após o ultrassom do animal, conseguimos confirmar que ele tem um corpo uterino e ductos condizentes ao órgão reprodutor masculino, além da aparência externa”, diz.

Quem olha mais atentamente consegue ver um testículo e uma vulva externos. Josival diz ter acreditado no ex-tutor, que afirmou que o cãozinho era macho e castrado. O antigo responsável o doou ao comerciante antes de se mudar para um apartamento.

O cachorro é SRD (sem raça definida) e pode ter em torno de 4 anos de idade, ainda segundo o comerciante. Ele foi levado à consulta após estar emagrecendo sem motivo aparente.

Cirurgia

Branquinho recebeu de Gisele um encaminhamento para realizar novos exames e, depois, uma cirurgia para a retirada dos órgãos reprodutores. A indicação é essa porque o hermafroditismo pode trazer complicações para a saúde do animal, incluindo problemas hormonais e desenvolvimento anormal dos órgãos reprodutivos.

Tanto o atendimento na Subea quanto os exames e a cirurgia são gratuitos. Josival promete levar o animal para passar pelos procedimentos quando “o frio for embora”.

Melhorou

Hoje (13), quando a reportagem falou com o tutor, seu aumigo já estava melhor. Ele precisava de mais cuidados e está recebendo.

O cão ganhou uma nova roupinha para se proteger das manhãs e noites frias da Capital e aparenta boa saúde. “Agora está comendo e latindo, graças a Deus”, comemora o comerciante.