A Justiça Eleitoral agendou para 4 de junho, (Próxima terça-feira) às 17 horas, a sessão de julgamento da denúncia contra o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, o servidor comissionado Marconi de Souza Junior, conhecido como Macaco, e a ex-secretária-adjunta de Saúde, Mariluce Gonçalves Leão. A acusação envolve crimes de corrupção eleitoral (compra de votos) e falsidade ideológica com o objetivo de garantir votos para a reeleição de Iunes em 2020.
O caso teve origem em um inquérito da Polícia Federal, que abordou Marconi de Souza Junior ao sair do diretório de campanha do PSDB em Corumbá. Na abordagem, os policiais encontraram com ele uma planilha contendo números de títulos de eleitor, seções e zonas eleitorais de eleitores corumbaenses, além de R$ 7.750,00 em espécie, divididos em porções de R$ 250,00.
Também foram apreendidas listas com nomes, telefones e bairros de pessoas, material de campanha de Marcelo Iunes e dos vereadores Yussef Salla, Allex Dellas e Manoel Rodrigues, juntamente com cópias de requisições de exames médicos e assistência para pacientes.
A Procuradoria Regional Eleitoral denunciou Iunes por crimes de corrupção eleitoral e falsidade ideológica, acusando-o de cometer os crimes mencionados, reiteradamente por pelo menos 31 vezes com a participação de Marconi e Mariluce Gonçalves.
A denúncia aponta que a compra de votos incluía a distribuição de dinheiro, cestas básicas, remédios e a antecipação de exames e procedimentos médicos realizados por um laboratório de propriedade do irmão e da esposa do prefeito, com Marconi e Mariluce operando o esquema.
Durante a investigação, Marconi tentou destruir seu celular ao ser conduzido à delegacia, mas a quebra do sigilo telefônico revelou indícios de uma associação criminosa formada por agentes públicos e políticos praticando crimes eleitorais em Corumbá, especialmente a compra de votos.
Falsificação de Documentos
Além da Compra de votos em Corumbá, o prefeito Marcelo Iunes foi denunciado, também, pela prática do crime eleitoral previsto no artigo 350, ao ter, segundo as investigações da PF, mentido em sua declaração de prestação de contas referente a contratação de cabos eleitorais que trabalharam ao longo da campanha eleitoral.
Os indícios apontam que cabos eleitorais eram contratados “por fora” e não apareceriam nas prestações de contas para não ultrapassar o teto de gastos estipulado pela justiça eleitoral.
O esquema, contava ainda com diversos vereadores que foram reeleitos, o secretário de governo Luis Antônio (Pardal) e pelo atual líder do governo na Câmara. (este processo foi desmembrado e segue em fase final de investigação).