A estiagem que assola Mato Grosso do Sul se intensifica, trazendo consigo preocupações com a falta de água, o aumento das queimadas e o impacto na vida da população. A capital, Campo Grande, não vê chuva há 25 dias, com temperaturas que chegaram a 32 °C nesta segunda-feira (13). A situação é ainda mais crítica na região pantaneira, onde a seca já dura meses e o número de focos de incêndio é 34 vezes maior em relação ao ano passado.
Campo Grande: calor e seca sem previsão de trégua
A estiagem castiga a capital sul-mato-grossense, que enfrenta um período prolongado sem chuvas significativas. O último volume relevante foi registrado em 17 de abril, com 24,8 mm. Desde então, a cidade tem visto o sol forte e as temperaturas subirem, com a média anual até o momento 10% superior à de 2023.
A falta de umidade no ar contribui para o aumento do risco de queimadas, que já se fazem presentes na capital. Este ano, 331 focos de incêndio foram registrados em Campo Grande, mais do que o dobro do número observado no mesmo período do ano passado.
Pantanal em alerta: seca e queimadas ameaçam o bioma
A região pantaneira, conhecida por sua rica biodiversidade, também sofre com a estiagem. Corumbá, principal cidade da região, registra temperaturas médias 2,5°C acima da média de 2023, com chuvas irregulares e volumes baixos. A falta de água contribui para a proliferação de focos de incêndio, que já consumiram grandes áreas do bioma este ano.
Os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelam um aumento alarmante no número de focos de incêndio na região pantaneira: 34 vezes mais do que no mesmo período do ano passado. Em 2024, foram registrados 22.396 focos, enquanto em 2023 o número era de apenas 638.
Nesta terça-feira, (14), O Comando do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Su, realiza o Lançamento das bases avançadas de combate aos incêndios no Pantanal.
Desde o mês passado, o governo do estado já atua por meio de brigadas avançadas, na prevenção e combate aos focos de incêndios na região.
Outras regiões do estado também sentem os efeitos da estiagem
A seca não se limita à capital e à região pantaneira. Três Lagoas, na região leste do estado, também enfrenta a falta de chuvas há 25 dias. A temperatura média anual na cidade está 3,5 °C acima da de 2023, e o volume de chuvas registrado até o momento é um terço menor do que no ano passado. Apesar da estiagem, Três Lagoas não registra focos de incêndio.
Dourados, na região sul do estado, também sofre com a seca. A cidade registrou apenas 338,4 mm de chuva em 2024, enquanto a média de temperatura ficou em 26,4 °C. No ano anterior, o volume de chuva foi de 692,4 mm e a média de temperatura ficou em 23,9 °C.
Sem previsão de chuva
O meteorologista Natálio Abrahão Filho alerta para a persistência da estiagem em Mato Grosso do Sul. Segundo ele, a previsão é de que as chuvas fracas cheguem à capital e ao estado a partir do dia 17 de maio, trazendo consigo a queda das temperaturas. O mesmo deve ocorrer em outras regiões do estado, incluindo o Pantanal. No entanto, o meteorologista adverte que a situação ainda é preocupante e exige medidas para conter os efeitos da seca, como a economia de água e um grande reforço na prevenção e controle das queimadas.