A temporada de incêndios no Pantanal, tida como a mais grave do ano, chegou mais cedo em 2024. Diante da realidade preocupante, o governo federal e os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul uniram forças para prevenir e combater as chamas que já consumiram 178 mil hectares nos primeiros meses do ano.
Em uma medida inédita, o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática reeditou a portaria de emergência ambiental, ampliando o período de risco para os meses de março a outubro em todo o bioma. A ação visa reforçar a fiscalização e o combate aos incêndios florestais, que, em 95% dos casos, segundo estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), são causados por ação humana.
Para prevenir a propagação do fogo, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), com o apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Wetlands, mapeou 127 propriedades rurais com alto risco de incêndio. Em áreas estratégicas, a queima prescrita, realizada em conjunto com os Bombeiros e proprietários rurais, serve como ferramenta para reduzir a quantidade de material combustível e evitar grandes incêndios.
A tecnologia também está sendo fundamental no combate aos incêndios. A plataforma “Pantanal em Alerta”, desenvolvida pelo Lasa/UFRJ, monitora focos de calor em tempo real, permitindo que as equipes de combate sejam acionadas rapidamente. Entre março e abril, 186 focos de calor foram detectados em 8 municípios pantaneiros, possibilitando ações imediatas para conter as chamas.
A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, destacou a importância da cooperação entre os governos federal e estaduais no combate à criminalidade ambiental. “A melhor forma de combater a criminalidade é pela mudança no modelo de desenvolvimento”, afirmou a ministra durante visita a Campo Grande em abril.