A montagem de uma plataforma suspensa, chamada de QuikDeck, embaixo do pilar 2 da ponte sobre o rio Paraguai na BR-262, que dá acesso a Corumbá, foi concluída hoje (27). Com o equipamento instalado será possível que os operários trabalhem sob a ponte permitindo a colocação de uma nova trama e placas de aço e concretagem. Além disso, o sistema, que foi trazido de fora do estado, é de última geração e garante que os reparos sejam executados com maior segurança e qualidade.
Medindo 13,8 metros de largura e 3,8 metros de comprimento, a plataforma serve de apoio para os trabalhadores poderem inserir as placas de aço, montar a caixaria para a concretagem que reforçará toda a estrutura, como explica o engenheiro civil Lauro Peres, um dos responsáveis pela obra na ponte.
“Nós já demolimos a laje do pilar em toda a sua extensão. Estamos montando na parte inferior um deck que servirá de apoio para escoramento de caixaria e também para reforço do aço que será feito na parte inferior. Após isso, nós reforçaremos o aço na parte superior e dar sequência na concretagem”, completa.
Ainda de acordo com o engenheiro civil, serão utilizados 19 toneladas de concreto e um trabalho semelhante será feito nos pilares P24 e P27, porém sem a necessidade da QuickDeck.
“Essa plataforma embaixo vai suportar todo o peso de escoramento que será colocado. Após a finalização da concretagem com um tempo determinado de cura, nós daremos sequência nos outros pontos. Serão mais quatro pontos de apoio já na outra extremidade da ponte, no lado de Corumbá”, afirmou Peres.
Esta fase está prevista para ser concluída até a segunda quinzena de abril. Enquanto isso, a rodovia continua funcionando no sistema de ‘Pare e Siga’, até a conclusão total das correções. Até o momento já foram executados 20% do total da obra.
O secretário Hélio Peluffo, da Seilog (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística), avalia que a obra por ser de grande porte e de grande complexidade técnica houve a necessidade de utilizar estruturas que estão sendo importadas de outros estados.
“Até o momento, temos conseguido realizar os trabalhos sem causar inconvenientes aos usuários, mantendo o fluxo de tráfego contínuo, bem como a passagem dos caminhões e carretas que atendem às indústrias e dependem da ponte para o transporte de seus produtos. Pedimos aos motoristas que atravessam a ponte, que procedam com cautela e reduzam a velocidade ao passar pela área de obras. Essa cooperação é crucial para garantir a eficiência dos trabalhos. Temos priorizado, acima de tudo, a segurança dos trabalhadores envolvidos na obra e de todos que fazem uso desta ponte, seja para lazer ou fins profissionais”, esclareceu o secretário Peluffo.
Alpinistas industriais
Nesta etapa de montagem da plataforma, alpinistas industriais e de construção civil entraram em cena para garantir a sustentação do equipamento.
Leonardo Campos Alves, que está nesta profissão há mais de 7 anos, veio do Rio de Janeiro. Ele conta que só o calor da região e o sol forte impuseram desafios maiores para sua equipe de alpinistas.
“O nosso trabalho basicamente foi montar o QuickDeck na parte inferior da ponte e instalamos 32 agarras, que fazem a sustentação. Após isso a gente vai montar um andaime para o pessoal ter acesso e poder fazer o trabalho com segurança e executar a concretagem”, explicou.
Por se tratar de uma obra complexa, sensível e com muitos detalhes técnicos, os serviços são feitos para não causar grandes transtornos aos usuários e às indústrias, que utilizam a ponte para transportar pessoas e produtos.
A ponte, que foi inaugurada em maio de 2001, possui 1.890 metros de comprimento e com o novo reforço estrutural de aço vai suportar cerca de 70 toneladas por metro quadrado. Em média por dia, 150 veículos leves e 300 caminhões atravessam a ponte.
Ainda em fevereiro foi instalada uma placa de aço pesando 17 toneladas, que auxilia na correção das patologias encontradas nas lajes da ponte. O dispositivo permitiu o tráfego de veículos, enquanto eram retirados os materiais deteriorados.