A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se posicionou contundentemente contra a ausência do VAR no amistoso entre Brasil e Espanha, realizado no Estádio Santiago Bernabéu, em Madri. A partida, que terminou empatada por 3 a 3, foi marcada por polêmicas de arbitragem, incluindo dois pênaltis marcados para a Espanha, ambos contestados pela seleção brasileira.
Em entrevista coletiva, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, classificou a falta de VAR como “inaceitável” e “um retrocesso para o futebol”. Ele afirmou que a entidade levará o assunto à FIFA para a tecnologia ser obrigatória em todos os jogos da seleção brasileira, incluindo amistosos.
“O futebol é um esporte moderno e o VAR é uma ferramenta fundamental para garantir a justiça das partidas. Não podemos admitir que jogos importantes como este sejam decididos por erros de arbitragem”, disse Ednaldo.
O presidente da CBF também destacou que a entidade investe na utilização do VAR em todas as competições que organiza no Brasil, desde a Série A até as divisões de base. “Somos a confederação que mais utiliza o VAR no mundo e não podemos abrir mão dessa tecnologia em jogos da seleção”, completou.
Ednaldo Rodrigues revelou que, além do pedido à FIFA, a CBF definiu internamente que a seleção não voltará a campo em partidas sem o VAR. A decisão foi tomada em conjunto com a comissão técnica e jogadores, que também se manifestaram contra a ausência da tecnologia no amistoso contra a Espanha.
O técnico Dorival Júnior lamentou a falta do VAR e disse que a arbitragem se acostumou a contar com o auxílio da tecnologia. “O VAR veio para ficar e a própria arbitragem está condicionada ao seu trabalho. No lance do primeiro pênalti, o árbitro demorou 10 segundos para marcar, o que demonstra que ele não tinha certeza da decisão”, afirmou.
Os jogadores da seleção brasileira também se uniram às críticas à ausência do VAR. O goleiro Bento, que defende o Athletico-PR, destacou que a tecnologia é fundamental em jogos de alto nível. “É estranho não ter VAR nesse nível. É necessário e ajudaria. Talvez tivéssemos um resultado diferente hoje”, ponderou.
O ponta Savinho, que atua no Girona, da Espanha, disse que nunca jogou uma partida profissional sem o VAR e se mostrou surpreso com a ausência da tecnologia no amistoso. “É muito estranho. Acho que nunca joguei sem VAR. E os pênaltis? Não posso falar sobre isso”, disse.
O zagueiro Fabrício Bruno evitou entrar em detalhes sobre as polêmicas de arbitragem, mas ressaltou a força mental da seleção brasileira em buscar o empate mesmo com as decisões controversas do árbitro. “É difícil falar, mas o que podemos fazer é o que fizemos: jogar com mentalidade forte até o final”, afirmou.
Andreas Pereira, que atua no Fulham, da Inglaterra, e está acostumado com o VAR na Premier League, considerada a melhor do mundo, reforçou a importância da tecnologia. “Os dois pênaltis, se tivesse VAR, não seriam marcados. Tem que ter VAR nesses jogos. Os árbitros já estão acostumados, então para ele também foi difícil”, disse.