Ex-diretora de presídio em Corumbá é acusada de “sumir” com dinheiro de detentas

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  • Post publicado:15 de março de 2024
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Corumbá (MS)- Familiares de mulheres que estão em situação de cárcere no presídio feminino de Corumbá, denunciaram à corregedoria da Agepen, um suposto caso de apropriação indevida de recursos financeiros enviado às detentas, que teria sido feito pela ex-diretora da unidade prisional.

Segundo a denúncia, já em apuração pela Agepen, a ex-diretora se apropriava indevidamente dos recursos enviados por familiares às internas, que serviriam para compra de produtos de necessidade básica, em um estabelecimento dentro do presídio, conhecido como “pequena conveniência”.

Uma das denunciantes, que prefere não se identificar, relatou que desconfiou do caso, logo após tomar conhecimento que sua mãe, presa na unidade, não teria dinheiro para compra de material de uso pessoal, comercializados na conveniência, mesmo depois da família enviar os recursos.

“Estranhamos porque enviamos dinheiro para ela, que pode ser feito por meio de carta registrada e também nas visitas que são realizadas nós deixávamos o dinheiro lá com a diretora”, disse.

Conforme o advogado de uma das internas, os recursos enviados para as internas servem para serem supridas as necessidades básicas de higiene e alguns poucos itens alimentícios.

“Essas pequenas conveniências que funcionam dentro das unidades, servem justamente para que as internas tenham como adquirir alguns produtos básicos de higiene e gêneros alimentícios como um biscoito, um suco, refrigerante, um doce, materiais básicos de higiene, no caso das mulheres absorvente”.

Ainda segundo o advogado, a situação de cerca de 130 detentas que cumprem pena no presídio chegou ao extremo de, nenhuma, possuir créditos para compra desses itens comercializados na unidade.

Como funcionava

Segundo apurado pela reportagem do Folha MS, os valores repassados pelos familiares das detentas, deveriam ser creditados na conta que mantinham na chamada “pequena conveniência”.

Não há informação, no entanto, quem seria o responsável pela administração do comércio. Ocorre que, conforme a denúncia, os valores destinados às internas, não eram creditados, ou seja, após serem repassados à diretora do estabelecimento, simplesmente sumiam.

Sem créditos, as internas ficavam impossibilitadas de ter acesso, a itens básicos de higiene, como absorvente, pasta e escovas de dentes, sabonetes, entre outros gêneros alimentícios.

Fontes consultadas pela reportagem do Folha MS, indicam que somente dos recursos enviados pelas famílias das presas, teriam sumido cerca de R$ 75 mil reais.

O prejuízo, conforme informações repassadas para reportagem, indicam ainda que estabelecimentos comerciais da cidade, que forneciam produtos para serem comercializados na “pequena conveniência”, também amargam prejuízos estimados na ordem de R$ 25 mil reais.

Afastamento da Diretora.

A ex-diretora, que ocupava o cargo desde 2019, foi afastada pela AGEPEN em fevereiro deste ano e um procedimento administrativo disciplinar, aberto para apurar, por meio da corregedoria, as denúncias contra a servidora.

Caso sejam comprovados os desvios dos recursos, ela poderá perder o cargo público e ainda responder pelos atos penais cabíveis.

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